quarta-feira, 17 de março de 2010

A um rio de distância

Eu nunca tinha viajado de navio, barco ou qualquer veículo flutuante, e tive que encarar uma viagem de seis horas aproximadamente para poder chegar nas proximidades do Distrito de São Carlos, onde os pais da Nina, minha namorada na época, moravam.

A viagem até que não foi cansativa e ainda viajei com meu futuro sogro. O que ele não sabia era que eu estava viajando para pedir a mão da filha dele em casamento. Bom, cheguei lá por volta das 17 horas e mal deu tempo de me instalar na casa, pois já fui convidado para sair de barco com um dos meus cunhados para procurar o outro, que trabalhava no barco que viajei.

O problema é que se avizinhava um temporal daqueles. Parecia que estava a quilômetros de distância, mas o vento é mais rápido que nossos pensamentos. Pode acreditar, mal chegamos ao outro lado do rio (e ele não é pequeno), a chuva chegou com uma força e a gente ainda estava no pequeno barco, simplesmente ao sabor do vento forte. Se por acaso a tempestade tivesse chegado quando estávamos no meio do rio fatalmente não chegaríamos ao outro lado, por conta dos banzeiros (as ondas) que eram muito fortes e teria facilmente virado o barco. não teríamos sobrevivido.

A sorte é que o barco em que meu outro cunhado trabalhava chegou e nos deu ajuda, mas infelizmente não dava para retornar ao outro lado, para casa dos meus sogros e onde minha namorada e futura noiva estavam me esperando. Se nós tentássemos retornar o barco viraria e com certeza nos afogaríamos.

Diante daquele mau tempo só nos restou passar a noite na casa de um dos ribeirinhos que gentilmente nos cedeu uma rede para cada um e roupas secas. Mesmo com a chuva já no fim, não dava assim mesmo de atravessar para o outro lado do rio, pois o vento ainda estava forte e fazendo marolas altas. Suicídio na certa.

Como acontece sempre quando durmo na casa de outras pessoas acordei com o sol, lá pelas cinco e pouco da manha, peguei meu cunhado e voltamos ao barquinho (chamado de rabeta), atravessando o rio que estava lindo, parecia um espelho de tão liso e com o sol nascendo então. Uma pintura. Bem, assim que chegamos ao outro lado pude reencontrar minha namorada Nina e então fiz o tão aguardado pedido de casamento. Aceito, claro.

Mas não tivemos muito tempo para curtir, até porque tinha que retornar para Porto Velho e de barco, em uma viagem de retorno que durava (dura) cerca de dez horas, rio acima, contra correnteza. E enfrentei com uma altivez resoluta o frio e desconforto, mas cheguei inteiro, já de madrugada. Foi uma verdadeira epopeia essa viagem. O dia que quase enfrentei uma tempestade para poder pedir a mão de minha namorada em casamento.


Antonio Henrique Fernandes
Autor e capitão deste Navio Errante.

10 comentários:

  1. Caramba, que sorte vocês tiveram hein?!
    De qualquer forma, acho uma delícia andar de barco. Também tenho problemas em dormi na casa dos outros, sempre acordo cedíssimo haha. Bom texto, parabéns...

    http://garotaezine.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Manu,
      foi uma aventura e tanto e não deixei de viajar de barco. muito bom armar a rede e viajar pelo rio vendo o que a natureza tem de belo.
      bjs

      Excluir
  2. Olha Tony! Eu ia dizer que vc é o último romântico! E coitado, que pedido difícil de sair! ahhahaha
    Adorei sua história! Fiquei muito feliz, que apesar dos ''contratempos''... (ahhahahah) Ela aceitou!!!!
    Muito Bom! Beijinhos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Paulinha, foi complicado, mas tudo terminou bem... hehehe
      bjs

      Excluir
  3. Caramba foi "O Pedido" digno de filme :D
    Mas fiquei feliz em saber que deu tudo certo ^^
    http://contodeumlivro.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é Brubs, eu também fiquei muito feliz que tenha dado certo hehehehe.
      bjs

      Excluir
  4. Bem legal a história,mas queria ler um pouquinho mais de romance no pedido.E todos os contratempos deram mais importância ainda a sua força de vontade de pedi-la em casamento.

    Adorei.

    bjsss

    Apaixonadas por Livros

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bianca, toda a história foi muita luta para não perder essa moça, e o bom foi que ela aceitou. acho que todos os problemas para que esse pedido saísse fez o romance ficar meio de lado. mas foi um pedido clássico. a família reunida para o pedido.
      bjs

      Excluir
  5. Que aventura e no final um ato de romance! Super fofo, aposto que ela deve ter amando o pedido. *-----*

    Beijos.

    www.daimaginacaoaescrita.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sammysan, ela adorou, e ainda por todos os problemas que surgiram para deixar o pedido mais complicado.
      bjs

      Excluir

Obrigado por nos enviar uma mensagem!