segunda-feira, 16 de junho de 2014





RESENHA DO LIVRO A CULPA É DAS ESTRELAS DE JOHN GREEN

“alguns infinitos são maiores que os outros” – Peter Van Houten no Livro Uma Aflição Imperial.

Hazel Grace Lancaster é uma jovem de 16 anos que tem um câncer terminal na tireóide com metástase em seus pulmões que não funcionam direito, o que a obriga a ter que carregar sempre um cilindro de oxigênio em um carrinho e respirar por uma cânula. Apesar da doença ela tenta ter uma vida tão normal quanto pode.

Em uma sessão de grupo, porque sua mãe sempre acha que está deprimida, ela conhece Augustus Waters, um jovem de 17 anos que teve osteossarcoma, que resultou em perda de parte da perna direita.

Junto com Augustus, que é um SEC (sem evidência de câncer), um sobrevivente, Hazel Grace passa a ter outro panorama da vida.

A vida de Hazel Grace é pautada pelo livro Uma Aflição Imperial, escrito por Peter Van Houten, um escritor americano recluso que vive em Amsterdã, na Holanda, cujo livro Hazel Grace já leu inúmeras vezes, que narra a luta de uma menina contra o câncer e o livro termina de forma abrupta.

Graças aos Gênios, uma instituição que concede um desejo a doentes como Hazel e Augustos eles conseguem visitar o escritor recluso, no entanto, o encontro não sai do jeito que eles imaginavam.

A partir daí a história tem uma reviravolta, onde muito se questiona sobre justiça, quem merece ou não passar por uma situação de câncer e ter uma vida mais curta do que os demais.

Gostei de Hazel Grace. Ela tem um humor ácido, foge do estereótipo de doente terminal que abdicou da vida, esperando apenas o fim.

Augustus Waters é aquele jovem que, apesar da idade, tem uma maturidade que nos atinge. Aliás, acredito que é uma das principais características dos protagonistas. Há uma frase no livro que demonstra bem isso: Hazel Grace – “a nostalgia é um efeito colateral do Câncer”. Augustus Waters – “não... A nostalgia e um efeito colateral de se estar morrendo”.

O livro, ao contrário do que se imagina, não é uma ode à morte. É uma história de amor entre dois jovens, que se descobrem juntos, ou seja, uma celebração à vida. E, inteligentemente, o autor não se perde com conceitos e termos médicos ou científicos que poderia deixar a leitura chata.

A linguagem do livro realmente é jovem, normalmente não seria o tipo de livro que leio, mas ainda assim é um livro que assume o que é. Nos atinge e nos faz refletir (ao menos causou isso em mim) sobre o que realmente é importante em nossas vidas.

Assisti ao filme, baseado no livro, e, apesar de ser mais enxuto (e com Hazel Grace menos ácida em seus comentários) tem a mesma essência do livro, não caindo no lugar comum de ser um dramalhão para todo mundo chorar. Há aspectos emocionantes, mas também tem seus momentos engraçados (apesar de tudo), principalmente quando envolve Augustus Waters e seu amigo Isaac, que perdeu os olhos para o câncer e sua namorada em conseqüência.

O filme tem seu mérito. Está praticamente tudo lá.

Augustus Waters: “Eles não matam se você não acender... você coloca aquilo que te mata entre os dentes, mas não dá a ele o poder de completar o serviço”.

Hazel Grace: “é uma metáfora”.


A vida é cheia de metáforas. E nem sempre a culpa é das estrelas. Talvez do Universo.

Antonio Henrique Fernandes
resenhista do blog www.arcaliteraria.com.br em parceria.

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