Um Mundo em Guerra - 5º capítulo

5º capítulo

Quando o noivado de Silliê e Saperas foi anunciado pelo planeta, todos festejaram. Menos Rollan. Era de se esperar que ainda estivesse machucado pela união de seus amigos mais queridos. Ele não entendia. Nem queria entender.

E no dia do casamento o planeta parou. Todos queriam ver a noiva, o vestido que usaria.

A cerimônia foi na abadia do castelo. Um prédio imponente com uma torre imensa, com vitrais e luzes que refletiam em cristais espalhados por todo o prédio.

Flores haviam sido colocadas em todo o interior do prédio e um imenso tapete vermelho foi colocado e ia até um pedaço do lado externo da abadia.

Músicos de todo o reino, incluindo o reino de Rollan, participaram da cerimônia. Artistas mambembes estavam por todos os lados para divertirem os convidados e o povo que estava acompanhando tudo.

No interior da abadia estavam os lideres das aldeias e os nobres do reino. E aguardavam ansiosamente a entrada de Silliê. Em seu lugar, já devidamente postado, estava um ansioso Saperas, vestindo sua melhor roupa de príncipe. Um uniforme de gala militar com galões e medalhas, todo em branco. O abade estava ao seu lado, todo paramentado aguardando a entrada de Siliê.

De repente, música tocou mais alta e um soldado na entrada da abadia tocou o seu clarim. Era o anúncio da entrada da noiva.

Todos olharam em sua direção. Silliê estava linda. Com uma coroa de flores em sua cabeça, seus lindos cabelos compridos em tranças até a cintura. O vestido era todo em um tom de rosa bem clarinho, e liso que ia até os pés. Bem simples. (ela achou que um vestido simples mostraria como ela era de verdade... Sem muitos aparatos).

Saperas olhou e adorou o que viu. Se pudesse se apaixonar novamente naquele momento teria se apaixonado. Silliê estava radiante em sua simplicidade.

Mas ao mesmo tempo ficou triste, pois queria que esse seu momento de felicidade fosse dividido com seu grande amigo Rollan. Chegou a enviar por emissários um convite especial para o casamento, mas Rollan educadamente se recusou a receber.

Desde que anunciaram o casamento a Rollan, este se retraiu e ficou recluso em seu reino. Apesar de tudo, Rollan não impediu o livre comércio entre os reinos, nem impediu os habitantes de se locomoverem. Mas segundo informações dos espiões de Saperas, estava perigosamente utilizando os seus recursos para obter tecnologia de ponta, talvez criando máquinas de guerra.

Rollan ainda tinha em seu pensamento unificar os reinos e assim conquistar Silliê à força. E como ele agora era o líder de seu reino, exercia muito a força de seu símbolo, um gato selvagem.

O casamento correu dentro da normalidade e o tão esperado sim do casal foi dito, para alegria de muitos que viam no casal um par de líderes que os levariam a muitos anos de paz e prosperidade.

Depois do casamento, já do lado de fora da abadia, receberam todos os parabéns de seus convidados e do povo.

- Quero agradecer a todos a sua presença. Este dia foi um dia muito feliz e gostaria de compartilhar com todos aqui. Temos festas e brincadeiras para todos. Divirtam-se. Disse Saperas, segurando a mão de sua esposa que só sorria. Tão feliz quanto seu esposo.

Aquele foi um dia de festas, mas ao ver no horizonte uma tempestade se avizinhando, Saperas teve quase uma visão do que viria a seguir. Teria problemas e muitas tempestades a atravessar. 

... 

continua

por Antonio Henrique Fernandes Neto

Capitão deste Navio Errante