domingo, 8 de fevereiro de 2015

COISAS BOAS QUE DEVERIAM VOLTAR

Coisas boas que deveriam voltar


Durante algum tempo tenho pensado nas coisas boas, muitas delas ficaram no passado, o que acho uma perda considerável.

Vivemos atualmente em um mundo acelerado demais, tudo acontece em uma velocidade que na maioria das vezes não conseguimos acompanhar. A tecnologia atual avança a cada seis meses e, arrisco dizer, que dentro de pouco tempo será menos ainda, talvez a cada três meses.

A tecnologia veio para ajudar... Definitivamente. Ao menos nesse quesito me refiro às músicas. Com músicas digitalizadas ficou fácil localizar aquela canção que fez sucesso nos anos 60, 70, 80, ou 90.



Mas o que me refiro são as coisas boas que fizeram parte de nossa infância e adolescência e agora foram relegadas ao canto mais escuro do esquecimento. Qual a diferença entre brincadeiras no parque ou na rua e jogos de vídeo games no quarto? Tem toda a diferença do mundo. E apenas uma coisa em comum: quando a criança brinca, os pais descansam. A tecnologia de hoje é a desculpa favorita dos pais para não terem mais compromisso com os filhos. Compra aquele tablet, aquele vídeo game, o notebook, apenas para que a criança fique ocupada e ele possa descansar. Brincar com os filhos é a melhor forma de descansar, porque o corpo você descansa quando dorme, mas a mente descansa quando você brinca.

As brincadeiras de crianças: rouba – bandeira, pique esconde, passar o anel, boca de forno, siga o mestre, qualquer esporte, jogos de tabuleiro, peteca, bolinha de gude, pião, elástico, futebol de botão (lembro com carinho que eu fazia tabela de campeonatos com os times de botão e durava finais de semana). Isso formava o caráter de uma criança. Além de forjar amizades que duravam e dura uma vida inteira. Além de que era muito saudável. Difícil ver um garoto ou garota gordinhos, pois corriam muito, para todos os lados.

Na escola lembro que havia os jogos escolares, com modalidades de todo tipo, incentivando os alunos a praticarem algum esporte, mesmo cerebrais, como damas e xadrez (ganhei duas medalhas, uma de ouro e outra de bronze), além dos tradicionais, de quadra ou campo. E ainda havia uma coisa que eu adorava: as fanfarras e desfiles de Sete de Setembro, as preparações, os ensaios, aprender a tocar um instrumento. Acredito que muitos músicos nasceram desses ensaios. E ainda tinha os campeonatos de fanfarras interescolar, regionais e, inclusive nacional. A amizade era fácil. Os passeios, as farras sinceras e inocentes.

Muita coisa boa está se perdendo. Tenho medo do futuro. Não por mim, pois passei por tudo isso, mas pela minha filha que só tem onze anos e hoje só vê a tecnologia. Quando ela era menor eu tentei brincar com ela de todas as maneiras, levando a parques, piscinas e brinquei com algumas coisas da minha infância, mas essa fase passou e ela está entrando na adolescência, e não vejo nas escolas aquilo que eu vi quando tinha a mesma idade. Quando há jogos escolares eu a incentivo a participar, porque eu sei que é bom e ajuda a formar o caráter dela.

A aqueles que estão lendo meu artigo, peço que tenham paciência com seus filhos, brinquem com eles, deem espaço, incentivem a praticar esportes, músicas. A ler. É muito importante para o seu futuro e de eu filho. Cuidando e ensinando os nossos filhos teremos um futuro melhor. Não deixa o seu filho para que a escola o ensine. Isso não é tarefa da escola... É sua. E ainda pode indicar para sua escola coisas boas para se fazer durante o ano.

Não vamos deixar que o que era bom (e ainda pode ser) morra.


Antonio Henrique Fernandes Neto
Autor e capitão deste Navio Errante


26 comentários:

  1. Oi Antonio!
    Seu texto é ótimo! Hoje os pais deixam os filhos largados mesmo a custa da tecnologia. Estão sempre cansados, as crianças não tem contato com a terra - como eu tive - não pulam elásticos, como eu pulei, não jogam bolinhas e gude como sempre brinquei com meus irmãos. Vivíamos em cima das árvores e nunca quebramos nenhum dos nossos ossos - risos!

    Hahahaha meu comentário foi apenas sobre as boas lembranças, mas desejo que os pais sejam melhores e não culpem a TV pela má educação dos filhos, pois é o que mais escuto.

    Beijos Fê
    http://www.amorliterario.com

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    1. oi Fê,
      Os pais têm grande parcela de culpa sobre o desenvolvimento dos filhos. relegando a educação para a TV, INTERNET e escola... esquecem eles que tiveram também uma infância com tudo isso que eu falei.
      bjs

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  2. Oi, Antonio!
    A sua preocupação também é a minha… Acredito que precisamos apenas equilibrar a educação dos nossos filhos com experiências que vivemos na infância, sabe? Para isso, no entanto, precisamos sair da zona de conforto e, às vezes, sermos os pais que convidam os amigos dos nossos filhos para "brincar". Sabe aquele pai que é, também, "o paizão da turma"? Haha. Sem nosso incentivo, sinto que nossos filhos não terão a preocupação de aprender coisas novas… Aliás, de viver coisas novas sem a tecnologia.

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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    1. oi Fran,
      Tudo depende dos pais. acho que tem hora para a internet, aparelhos eletrônicos, mas também há espaço para brincadeiras ao ar livre, com saúde.
      bjs

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  3. O texto é ótimo, e realmente é algo que devemos lembrar e nos preocupar em apresentar as crianças de hj, mas tb devemos lembrar que os tempos mudaram e novas atividades surgiram, e vão continuar surgindo, a sociedade tem se adaptado a sua nova realidade e assim vai....

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    1. oi Pah,
      acho que deve haver um equilíbrio entre as brincadeiras do passado, ao ar livre e as brincadeiras tecnológicas. tudo tem o seu tempo para a criança.
      bjs

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  4. Olá Antonio!
    Ótimo texto!
    Sinto muita falta de muitas coisas da minha infância, principalmente todas as brincadeiras e os amigos, alguns inclusive, permanecem até hoje.
    Tenho um sobrinho de 5 anos e vejo como tudo está diferente, parece que o melhor da infância não existe mais, sendo substituído pela tecnologia. Minha irmã procura ao máximo inserir atividades infantis que não envolvam vídeo-game, tablet e afins, mas tem horas que é inevitável...
    Beijos

    Li
    literalizandosonhos.blogspot.com.br

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    1. Olá Aline,
      obrigado, acho que é importante haver um equilíbrio, tanto nas brincadeiras ao ar livre, e atividades esportivas quanto as atividades usando aparelhos eletrônicos. tudo ajuda. mas com equilibrio.
      bjs

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  5. Ola Antonio realmente essa brincadeiras ficaram esquecidas, hoje me dia é celular na mão e nada mais, elas levam até na hora de comer . Tem que dar bronca. A simplicidade dessas brincadeiras e a interação com os amigos foi roubado pela tecnologia. Uma pena ,

    abraços

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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    1. Olá Joyce,
      A tecnologia tem sua culpa sim, mas os pais são os maiores culpados, não tendo mais tempo eles jogam os filhos para os jogos eletrônicos. tem que equilibrar tudo isso com atividades no campo, na praia, ou no parque.
      bjs

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  6. Olá, Antonio!
    Este post tem um gostinho bom de nostalgia.
    E concordo, tudo era melhor!
    Acho que hoje é até uma questão de saúde e bem estar, o envolvimento dos pais em práticas pedagógicas lúdicas e naturais.

    Boa semana!
    http://fabi-expressoes.blogspot.com.br/

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    1. oi Fabiana,
      tem mesmo hehehe. com certeza quando se pratica uma atividade ao ar livre é muito melhor, mas podemos inserir jogos eletrônicos, apenas controlando para que isso não seja mais na vida da criança do que uma atividade lúdica.
      bjs

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  7. Com tudo na correria, as coisas são pra ontem e os meninos de 3 anos já brincam com celulares e tablets, fica realmente complicado resgatar as velhas brincadeiras de rua.

    Aqui em casa tentamos mesclar as coisas, simplesmente tem horas de desligamos a tv e vamos brincar de alguma coisa com nosso filho.

    Abraço,
    Diego de França
    Leitor Sagaz

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    1. Pois é Diego,
      Vc tem o meu apoio, continue assim com seu filho. fiz isso com a minha, e apesar de ela hoje não sair do celular ela gosta de brincar no parque ainda
      um abraço,

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  8. Oie, Antonio!
    Putz. Sabe o que é irônico? Ganhei meu primeiro celular aos cinco anos. Minha prima de seis já tem um tablet e um celular touchscreen. Meu irmão de 13 tem mais consoles de videogame do que é capaz de jogar, além de um iPhone. O mesmo se aplica à mim praticamente. Confesso que estou viciada demais em computador e no celular, mas aos poucos tento me livrar desse vício. Outra confissão: não tenho tido muito sucesso.
    Como sempre, ótimo texto!
    Com carinho,
    Celly.

    Me Livrando ♥

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    1. oi Celly,
      Continue tentando. hehehehe.
      e obrigado pelo carinho.
      bjs

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  9. Texto otimo! Parabéns. Fui criada na rua, brincando e escalando muros, meus primos também e vou passar aos meus filhos. Vou muito no Ibirapuera e sinto falta de ver crianças lá, tem, mas são poucas sabe?
    http://contodeumlivro.blogspot.com.br/

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    1. oi Brubs,
      obrigado, o seu exemplo ainda pode servir para muita gente, entao continue fazendo isso, quem sabe as crianças no parque aumentam.
      bjs

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  10. Oie, tudo bom?
    Parabéns pelo texto. Estou grávida do meu primeiro filho e tenho medo desse mundo novo que ele vai nascer. Tecnologia é muito importante, mas as relações de amizade e de família estão se perdendo no meio de tudo isso. Quero que ele brinque muito, curta a natureza e leia pra caramba. Espero que eu consiga direcioná-lo bem.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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    1. oi Aline,
      Obrigado, tudo depende apenas de vc e de seu marido, se fizer isso desde cedo ele poderá depois mesclar as brincadeiras ao ar livre com as brincadeiras tecnológicas.
      bjs

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  11. Amei seu texto, e confirmo que o que eu brincava a uns 12 anos atrás, hoje não existe mais.Meu filho ainda brinca com os amigos de pique, esconde esconde, bola, montar as coisas, mas só na escola, porque como moro em casa e por aqui é perigoso deixa-lo na rua com as crianças ele fica mais dentro de casa brincando de vídeo game com o pai.Não gosto muito disso,mas as circunstâncias e perigos que temos nas ruas hoje, fica difícil deixa-los brincarem na rua. No meu tempo brincava-mos na rua até tarde, nada era perigoso, mas hoje não da mais.

    Ainda levo meus filhos em parques de diversão, ecológicos, quadras...mas devido a correria do dia a dia e de eu morrer de medo de sair por aí, esses passeios ficaram menos frequentes.

    Curti demais seu texto, como sempre tocou em um assunto bem real e próximo da gente.

    bjs

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    1. Simeia, se possível continue sempre levando o filho para a natureza... é importante esse contato com o mundo. Concordo com vc quanto aos perigos, e isso infelizmente é uma realidade atual.
      bjs

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  12. NOOOOOSSA, passa o anel!! Minha avó sempre brincava disso comigo. Ela pegava a aliança dela e brincava. Eu adorava. Era uma brincadeira boba e super simples, mas que eu adorava. As crianças hoje em dia só faltam nascer com um celular na mão.

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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    1. oi Kel,
      Também brinquei de passa o anerl, e muitas outras brincadeiras, inocentes (outras nem tanto, pera, uva, maçã e salada mista heheheheh) mas ninguem criava traumas quando crescia. e fora que tinha o contato com a natureza.... muito importante.
      bjs

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  13. Olá Antonio!
    Eu também tenho saudade desse tempo.
    Eu brinquei muito na minha infância e hoje vejo que meu filho não via ter isso.
    Os nossos dias estão cada vez mais corridos. Isso atrapalha muito a criação que queremos dar.
    Adorei o texto.
    Beijinhos!
    http://eraumavezolivro.blogspot.com.br/

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    1. Ola Suelen,
      Mas a gente pode controlar isso, depende apenas dos pais. arrumar um tempo para brincar com os filhos.
      obrigado.

      bjs

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