sábado, 14 de fevereiro de 2015

O REINO DO CETRO - Capítulo Um

O REINO DO CETRO
por
Antonio h. Fernandes




Capítulo um
Planeta Duryn



Alexia olhava para o céu noturno de Duryn, pois sempre o achou muito lindo. Nunca se cansava de olhar para o alto e encontrar a lua adornada pelas estrelas em um céu límpido. Da sacada do palácio, seu local favorito, onde ficava entre flores de todos os tipos e fragrâncias irresistíveis, tinha uma visão espetacular do céu e também do reino. Seu pai, Geldar o Senhor de Duryn, era um governante bondoso e que acolhia a todos, servindo e ajudando quem precisava. Todos o amavam. E a amavam, pois Alexia havia herdado de seu pai a mesma bondade e generosidade.

Alexia já estava em idade para casar e seu pai a avisara que tinha pretendentes, de outras casas e inclusive de herdeiros de planetas próximos ao de Duryn. No entanto, lhe dera a opção de escolher aquele que seria o seu futuro marido, que juntamente com ela governariam o planeta.


Como herdeira do trono, Alexia tinha que conhecer da história do planeta e de suas casas e, com horror, ficou sabendo de um passado remoto onde houve uma grande guerra que atingiu todo o planeta. Um homem poderoso e guerreiro muito hábil tentou tomar posse à força do símbolo de Duryn: um cetro contendo cinco jóias que significavam a união das cinco casas e que era usado pelo governante do planeta. O cetro era muito poderoso e tinha que ser usado com muita sabedoria. No entanto, em mãos erradas poderia acarretar problemas. Muitos problemas.

Esse guerreiro poderoso era muito ambicioso. De um simples soldado chegou à condição de general do exército do Soberano de Duryn à época. Mas ele almejava mais. E sem que ninguém soubesse, ele mesmo criou um exército de mercenários impiedosos, sendo que muito desses soldados ele conseguiu tirar do próprio exército do qual era general, e assim juntou um exército capaz de rivalizar com o do Soberano de Duryn. Ele usou seus mercenários para adentrar na capital e tentar subjugar o trono. Com o cetro em suas mãos pretendia conquistar Duryn, e mais adiante, quem sabe o que faria?

A guerra durou alguns anos. Foi feroz, com baixas duras de ambos os lados, e, para que não terminasse com o extermínio, o Soberano de Duryn usou o cetro para que o conflito se encerrasse. Coisa que fez muito a seu contragosto, pois não gostava de usar o cetro. Era apenas um símbolo, apesar de todo o seu poder.

Com o cetro em mãos, o Soberano acabou com o que sobrava do exército do guerreiro, e este nunca mais foi visto em lugar algum.

Mesmo com o fim da guerra, e como se sentisse o sangue dos soldados que morreram pelo uso do cetro, este foi confiado ao grão mestre do Soberano, que junto com os anciães de Duryn, desapareceram sem que ninguém soubesse o paradeiro.

Desde então, só houve paz e Duryn renasceu apesar das cicatrizes que restaram. Como lembrança desse fato restou apenas uma estátua enorme na frente do palácio que representava o Soberano do planeta com o cetro na mão. Não há representação gráfica do cetro. Nenhuma pintura, pairando quase como uma lenda. A intenção seria apenas provocar esse sentimento. De que o cetro era uma lenda e que ninguém mais se atrevesse a possuí-lo.

O conhecimento e a tecnologia, que já era grande, daquela época até os dias atuais só fez aumentar. Agora podiam se comunicar e visitar os planetas vizinhos. Durante os anos do conflito, viagens interplanetárias não eram comuns, mas algumas foram feitas. Felizmente os cientistas e engenheiros sobreviveram e fizeram muitos progressos na área.

Seu pai, Geldar, era atualmente o Soberano de Duryn, e também era descendente do antigo Soberano que enfrentou o conflito, conhecendo a história do mesmo jeito que agora Alexia a conhecia. Era uma tradição da família real, assim que completasse a idade adulta, que era de 18 anos.

Tudo o que aconteceu no reino todo, durante os séculos eram passado de herdeiro para herdeiro, o conhecimento para que nada acontecesse novamente.

Só uma única coisa escapava ao seu conhecimento: o paradeiro do cetro. A única coisa que lembrava o cetro era a estátua. O símbolo de um símbolo.

Alexia pensava nisso quando seu pai entrou nos seus aposentos e a encontrou na sacada, olhando para o céu.

- Lindo, não é mesmo?

- Oi meu pai. Sim, é lindo e nunca vou me acostumar com tanta beleza. E olho para baixo também e custo a acreditar que um dia este palácio foi cenário de uma batalha sangrenta. Disse a princesa.

- Histórias antigas, minha filha, histórias antigas. Precisamos conhecer para que tenhamos um futuro melhor.

Embora já apresentasse vários cabelos grisalhos, com 44 anos, o rosto de seu pai não apresentava rugas, estava em seu auge, física e mental, os olhos azuis tinha uma vivacidade incrível e podiam ser duros quando necessários. E tinha um ar de solenidade e autoridade que nunca dava margem a dúvidas. O corpo ainda era jovem e forte. Musculoso, e ágil. Não perdia uma luta de espadas com qualquer que fosse. Fora muito bem treinado. Nunca havia lutado de verdade porque eram tempos de paz. Apenas em torneios onde deixava o manto de soberano e participava como um cidadão comum.

- Filha, nós precisamos conversar. Você está prestes a completar 21 anos, e na sua festa de aniversário alguns pretendentes estarão presentes para lhe conhecer e provavelmente para lhe cortejar. Nunca lhe pressionei sobre casamento e não quero nenhum casamento arranjado. Mas você sabe que é tradição deste reino. Eu lhe darei o presente de aniversário que é a sua escolha quanto ao pretendente que será seu futuro marido.

- Eu sei pai e agradeço pelo seu presente. Alguns desses príncipes eu conheci na adolescência. E sinceramente não gostei de nenhum. Disse rindo. – Espero que pelos menos agora tenham mudado.

- Pode ter certeza, Alexia. Estão adultos agora e a maioria já terminou o seu treinamento e agora estão representando suas casas ou reinos. Nos próximos dias começarão a chegar para sua cerimônia de aniversário. Assim poderá ver com seus próprios olhos. Com certeza terá algumas surpresas.

Alexia era uma moça muito linda. Alta, de cabelos loiros e compridos, soltos em cascata pelos ombros. Seus olhos azuis da cor do céu ficavam perfeitos no rosto anguloso, e herdara do pai, já que a mãe tinha os cabelos um pouco mais escuros e tinha os olhos castanhos. Tinha um sorriso que brilhava e encantava a todos.

Não era difícil se apaixonar por ela. Era um encanto de pessoa, e estava sempre ajudando os outros, sempre solícita.

Secretamente seu coração batia forte pelo filho de Santo, capitão da guarda, Alex. Cresceram juntos, ela preparando para ser a futura rainha de Duryn, e ele se preparando para substituir o pai, e para proteger o reino.

Como o pai, ele tinha franco acesso a todos os lugares do palácio. E com o mesmo porte altivo do pai, já era considerado quase como um adversário a se temer. Seria um capitão da guarda tão bom quanto o pai, que só se rivalizava com o próprio Soberano, Geldar.

E era bonito. Tanto quanto o pai. Alto, musculoso, olhos azuis, mais claros que o de Alexia, cabelos pretos bem curtos e para Alexia ele ficava uma perfeição quando estava usando o uniforme da guarda do Palácio.

Ele também estava ansioso por conta da cerimônia do aniversário de Alexia. Mas não por questões de segurança. Ele tinha o nome parecido com o dela, Alex, clara homenagem que seu pai fizera ao Soberano, e também gostava dela, mas sabia que nunca poderia ser um dos pretendentes. E essa cerimônia era para apresentar os outros príncipes das casas de Duryn e planetas próximos que tinham amizade com o soberano, os prováveis candidatos a futuro marido de Alexia. Estava com Ciúme, definitivamente. E isso deixava Alex totalmente desconfortável.

Mas juntamente com Santo, ele estava participando de todos os preparativos. Verificando a lista de convidados, que era extensa. De toda a questão de segurança, quantos soldados iriam precisar. Afinal de contas, se os pais não viessem, de qualquer maneira seriam os herdeiros das demais casas e reinos de outros planetas.

Tinham que tomar o máximo de cuidado possível. Não que temessem algum atentado... Há várias décadas que nada de mal acontecia em Duryn. Eram realmente tempos de paz.

Apesar disso, seu pai lhe confidenciou que um dos convidados, o líder de um dos reinos, de um planeta distante, estava aumentando de forma preocupante o seu exército... Isso não parecia uma boa atividade. E soube disso por conta de seus “colaboradores” que tinha em cada um dos reinos e casas existentes e que tinham comércio com Duryn, e até aqueles que não faziam parte da rota comercial.

O chefe da guarda ia noticiar o soberano sobre esses eventos. E depois daria um jeito de confirmar isso. Atividades assim não passam despercebidas.

Mas a preocupação mesmo de Alex era a proteção de Alexia durante os eventos de seu aniversário. Ainda tinha suas dúvidas quanto a alguém estar aumentando seu exército. Não haveria motivo e isso não passaria despercebido pelas demais Casas Reais e outros reinos.

De qualquer forma ficaria de vigilância durante as festas. Alexia teria que suspender por ora suas visitas semanais ao reino e arredores.



Seria uma festa e Alexia sabia que teria que dar atenção aos convidados, principalmente aos possíveis pretendentes. E isso estava tirando o seu sossego. Como achar um pretendente se seu coração já tinha um? Como dizer isso a seu pai? Tinha horas que detestava ser uma princesa. Seguir tradições. Estava fadada a ser infeliz.

-x-

24 comentários:

  1. Oi Antonio!
    EITA! Se o prólogo já foi instigantem, esse então *-*
    Alexia me conquistando aos poucos!

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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    1. Oi David,
      Alexia é um personagem que irá crescer bastante ainda... o livro está no início, mas muita coisa vai acontecer agora...
      um abraço,

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  2. ötimo primeiro cap.... adorei a escrita parabéns

    bjos
    Pah
    Lendo e Escrevendo

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    1. Obrigado Pah,
      continue acompanhando, os capítulos serão postados regularmente. aqui e no wattpad.
      bjs

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  3. Olá!! Que legal escrever um livro, é o meu sonho!! O primeiro capítulo já chamou a minha atenção! Gosto de histórias que mostram tradições familiares e reinos! Eu vou adorar companhar Alexia na sua escolha pelo pretendente, apesar de já torcer para que ela conte logo ao pai quem é o dono do seu coração! Parabéns!

    Beijos,

    Mari
    cantinhodeleituradamari.blogspot.com.br

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    1. oi Mari,
      Também era meu sonho e consegui realizar. com esforço e muita criatividade. e continue acompanhando, pois os capítulos serão postados regularmente, aqui e no wattpad.
      bjs

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  4. Oii, tudo bem?
    Eu adorei o primeiro capitulo, a historia parece que vai ser show de bola, eu sempre vou passar aqui para poder acompanhar.

    www.fonte-da-leitura.blogspot.com.br

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    1. oi Giovana,
      obrigado, e os capítulos serão postados regularmente.
      bjs

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  5. Olha ai a pegada no sci-fi e pelo visto Alexia vai passar por muitas aventuras, o rumo da história está se encaminhando bem em! Vamos ver o que virá pela frente.

    Abraço,
    Diego de França
    Leitor Sagaz

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    1. E aí Diego,
      Alexia vai passar por muitas provações e aventuras.
      um abraço,

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  6. Oie, tudo bom?
    Gostei muito da premissa do livro porque envolve conflitos e amores impossíveis. Vou adorar conferir os outros capítulos.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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    1. oi Aline,
      obrigado e os capítulos serão postados regularmente aqui e no wattpad. pode acompanhar tranquila.
      bjs

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  7. Oi Antonio, tudo bem? Que ótimo é colocar em prática o que nossa mente pede não é? Gostei bastante desse primeiro capîtulo e da sua escrita. Parabéns!
    Também dei uma lida rápida na história de câncer que sua família superou! Que maravilha, são tantas as histórias tristes que ouvimos a respeito da doença que só de ouvir ou ler eu já fico tensa.
    Beijooos

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    1. oi Juliana,
      tudo ótimo, e obrigado, fico feliz que tenha gostado do primeiro capítulo. quanto ao Câncer na família foi uma época tensa, complicada, mas graças a Deus deu tudo certo.
      bjs

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  8. Olá Antonio, tudo bem?
    Adorei o seu primeiro capítulo, a premissa é bem interessante e sua escrita é muito boa e espero que continue a postar os outros capítulos.
    Abraços
    http://www.ler-e-ser-feliz.blogspot.com.br/

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    1. ola Italo,
      Pode apostar que irei colocar os capítulos regularmente aqui e no wattpad.
      um abraço,

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  9. Oi Antonio, tudo bem??
    Bom eu achei esse primeiro capitulo muito bom... apesar de não saber muito o que esperar da história ou se realmente ela chamará minha atenção... a premissa foi bem interessante e eu fiquei curiosa... se der para acompanhar os outro capítulos com a loucura da minha vida... quero ver se vou gostar... Xero!

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    1. Oi Diana,
      Os capítulos serão postados regularmente, e se gostar, é só acompanhar. além daqui os capitulos estão sendo postados no wattpad.
      bjs

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  10. Olá Antônio, esse primeiro capítulo me lembrou a história épica do livro um da serie A Queda dos Reinos. Curti muito Alexia e espero que esse exercito que está aumentando não seja do inimigo querendo atacar novamente.

    Aguardo o segundo capítulo.

    bjs

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    1. Oi Simeia,
      Você pode acompanhar os capítulos aqui e no wattpad, onde estão sendo postados com regularidade e já está bem adiantado. Parece que o exército é sim do inimigo, mas ainda tem muita coisa para acontecer.
      bjs

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  11. Oi Antonio, tudo bem?

    Curiosa para saber o que a Alexia vai aprontar no livro. Sucesso com os textos

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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    1. Oi Kel,
      Basta acompanhar os capítulos que serão postados regularmente. hehehe. Alexia vai aparecer muito.
      bjs

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  12. Olá Antonio!
    Parabéns por está escrevendo mais uma história maravilhosa.
    Adorei esse primeiro capítulo. Isso prova que você é um escritor nato.
    Beijinhos!
    http://eraumavezolivro.blogspot.com.br/

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    1. Oi Suelen,
      Obrigado, e espero que continue acompanhando, os capítulos estão sendo postados regularmente.
      bjs

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