quarta-feira, 15 de abril de 2015

O REINO DO CETRO - Capítulo Sete - Duryn

Capítulo SETE
Duryn

Acorda dorminhoca. Hoje é seu dia. – disse Nínive pulando em cima de sua irmã que não pode fazer nada a não ser acordar.

- Mas veja que tem uma pessoinha muito animada hoje, mais até que a aniversariante!

- Você sabe que adoro festas e hoje será uma festa maior, com muitos convidados e estou curiosa para conhecer seus pretendentes.

- Hummm. Acho que está mais do que eu. Para falar a verdade não estou tão curiosa assim. Vai que seja tudo feio, barrigudo e careca? – caçoou de sua irmã menor, puxando-a para mais próximo e dando um beijo em sua bochecha.

- Ah, vai amarrotar a roupa e desarrumar o cabelo. – resmungou Nínive.

- Foi você quem começou, agora agüente. Onde está o papai?

- conversando com o velho do Avalon. Vendo os últimos preparativos. O que falta, o que não falta. Essas coisas. – respondeu se ajeitando, a roupa e o cabelo. Não estava usando a tiara. Como era dia de festa usaria uma outra. Toda de cristais brancos.

- Você sabe que o Avalon não gosta que o chamem de velho... Acho que ele não sabe o que significa um cabelo branco, mas mesmo assim convém não pegar no velho dele, ok? Ele é vaidoso.

- Eu sei. Eu gosto dele. Mas às vezes ele é um bocado chato. – respondeu a menina.

- Certo. Deixe-me levantar e me vestir. Agora vá, podem estar precisando de sua ajuda na cozinha.

- Ih, toda a vez que vou lá acabo mais atrapalhando do que ajudando. E a Nora fica me dando gostosuras para comer.

- A Nora te estraga. Ainda bem que você não engorda. Senão, imagine como iria dançar hoje.

- É mesmo. – e saiu saltitante se dirigindo para a cozinha.

Alexia ficou observando sua irmã mais nova. Era tão linda, nova e esperta. Nínive era capaz de brigar com o seu pai para não ter que escolher o futuro marido em uma festa e sim escolher por ela mesma. Era bem capaz disso. Alexia tinha outra noção. Crescera com a obrigação de irmã mais velha, em uma vaga tentativa de substituir a mãe falecida. E era um farol no horizonte da menina. Para tudo era Alexia que Nínive procurava. Se ela se machucava procurava a irmã. Se queria um brinquedo, ou uma roupa nova, procurava a irmã. Até para fofocar. Ela já tentara fazer com que sua irmãzinha deixasse de falar da vida dos outros, mas provavelmente a vida palaciana não era assim tão divertida e falar dos outros era uma forma de ela se divertir.

Esperava que se um dia tivesse uma filha que fosse igualzinha à sua irmã.

Por fim levantou-se e foi para o banheiro. O seu banho já estava preparado pelas criadas e estava com a água morna. Tirou sua roupa de dormir e entrou na banheira. Ela tinha o corpo lindo, cintura fina e bem torneada com os seios belos e firmes e era esbelta. Estava completando 21 anos, e estava em sua plenitude. Em pouco tempo estava relaxada. Esquecida de tudo o que tinha que fazer. Do dia. Em sua escolha. SE fizesse a escolha. Era mais provável que não. Mas seu pai iria esperar uma resposta. E os pais das outras casas reais. E os candidatos, claro.

Por ora não queria pensar nisso, apenas curtir o banho e relaxar.

Uma hora depois já estava pronta, com um vestido simples e uma pequena tiara nos cabelos que estavam livres, sem trança, e balançavam belos ao vento. E saiu para encontrar-se com seu pai.

- Bom dia minha filha. Como está hoje, neste dia especial? – perguntou o Rei Geldar.

- Estou bem, meu pai. Um pouco ansiosa. Afinal não é todo dia que temos que escolher com quem vamos casar. – respondeu fazendo uma careta no final.

- Eu sei filha. Tradições da Casa Duryn. E das outras também.

- E se não tivessem filhas, nenhuma das casas? Como seria? Ou então tudo homem? – perguntou curiosa.

- Ótima pergunta filha, creio que acharíamos uma forma, mas essa é apenas uma festa para apresentação de pretendentes. A maioria não espera que você escolha alguém. Eu que fui ligeiro e já deixei sua mãe apaixonada quando ela foi apresentada. – disse rindo.

- Eu sei. Já contou essa história milhares de vezes... Mas eu amo. Uma linda história de amor.

E como lembrança desse casamento real o Rei Geldar usava ainda sua aliança, junto com um anel com uma gema azul. Azul era a cor do reino e a gema representava o reino. Não havia cetro. O que representava que ele era da família real era o anel com a gema azul. Suas filhas tinham uma versão reduzida da gema, cada uma. Quando ela era menor ele disse a Alexia que as gemas eram as representações de cada Casa Real. A azul, Duryn, a amarela representava a Casa Real de Petry, a verde representava a Casal Real Arduyns, a cor preta era da Casa Real Durant e a vermelha pertencia à Casa Real Travis.

Segundo seu pai, as tradições orais antigas diziam que essas cores representavam as cores das gemas originais que ficavam no Cetro do Poder. Com o sumiço das gemas do poder os remanescentes das Casas Reais providenciaram cada um uma gema para colocar em seus anéis e que representariam as suas casa. E era por isso que o seu vestido especial do aniversário seria da cor azul, dizia ele.

E toda a decoração do Salão de Festas estava sendo colocada na cor azul. Grandes bandeiras, faixas, e as toalhas das mesas.

- Avalon me disse que já está praticamente tudo pronto. Faltam alguns ajustes e aguardar os convidados chegarem. Deverão vir grandes comitivas. O castelo é grande, cheio de quartos. Poderemos acomodar todos durante estes dois dias. Hoje o baile e amanhã apenas pequenas festividades, incluindo uma caça envolvendo todos os nobres. E lutas com espadas sem fio e ponta.

- Então tomara que seja tudo muito interessante.

- Será minha filha. Será. E durante todo o tempo Alex fará a sua segurança. Será a sua sombra para todos os lugares.

- Precisava mesmo pai? – perguntou apreensiva.

- Sim filha, você é a princesa, tem que ter proteção e tenho certeza que lhe proporcionei a melhor que poderia arrumar.

- Eu sei. O Alex provavelmente é o melhor guerreiro que o senhor pode ter na Guarda. Acredito que só o pai dele é mais forte e experiente.

- E tenho certeza que o substituirá à altura, quando for a hora. Assim como você me substituirá um dia.

- Ah, pai, isso ainda vai demorar. – e deu um abraço apertado.


- Eu espero mesmo. – disse rindo. Quero ver minhas filhas casadas e felizes. – também abraçando forte a sua filha.


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