Resenha do livro O Anatomista de Dragões
E se no mundo existissem dragões?
Como seria?
Uma das mais famosas mitologias do
mundo, incluída em todas as histórias e até mesmo em alguns relatos históricos.
Tem até santo duelando com dragões.
Na Idade Média era o principal vilão
dos famosos cavalheiros. Histórias de heróis que salvavam a mocinha, após matar
o dragão, pipocavam e faziam muito sucesso.
Vale lembrar que na cultura oriental,
principalmente China e Japão os dragões são bem conhecidos e amplamente
disseminados. Só que ao invés de combatidos, naquela cultura os dragões são
sábios e muitas vezes ensinam o ser humano. Os dragões são símbolos de tudo o
que é bom.
Filmes então, tem muitos!
E normalmente pensamos em livros de
fantasia com muitos dragões.
Mas não em O Anatomista de Dragões de
Alexandre Kalfeld.
Em sua obra, Alexandre coloca os
dragões devidamente inseridos em nosso universo conhecido. A única diferença
para o mundo em que conhecemos é a inserção de dragões. De diversos tipos e
tamanhos.
E o homem não está assustado. Na
realidade ele treina os animais para serem utilizados principalmente em suas
guerras. Afinal, quando não havia aviões, os combates aéreos eram realizados
pelos dragões.
O cenário do livro é bem steampunk,
onde há muitas máquinas, afinal o contexto inicial da história é logo após a
revolução industrial, que veio para modificar o mundo moderno.
E assim conhecemos Jhonatan Rose,
filho de camponeses, que cresceu em uma família de gente simples que teve
combatentes que montaram em dragões alados, os chamados lanceiros. Ou seja, ele
sempre teve algum contato com dragões. E até mesmo por uma proximidade com os
Berdores, principalmente com uma certa menina chamada Mary. À medida que foi
crescendo, seu fascínio por dragões só foi crescendo, principalmente após um
episódio em que quase perdeu a vida.
Seu grande antagonista foi Charles
Whitlancer, filho do dono das terras em que moravam. Arrogante, mimado, sempre
teve uma rixa com Jhony (que só no final vamos entender realmente o verdadeiro
motivo dessa rixa).
Por causa do fato que quase o fez
perder a vida, foi mandado para fora para estudar. E quando adulto virou o
maior especialista em dragões, estudando os animais no mundo inteiro, algo como
Charles Darwin (que está na história e é citado algumas vezes). Catalogar
dragões mundo afora não é fácil e Jhony passou por poucas e boas para fazer
isso com presteza. Veio inclusive ao Brasil, onde através de uma lenda local
conheceu mais um dragão, devidamente catalogado posteriormente.
Os personagens secundários são
ótimos, e dão excelente apoio para os personagens principais. A história foi
muito bem escrita, com uma criatividade ímpar.
Só não terminei de ler o livro com
mais rapidez por conta da falta de tempo por conta dos compromissos.
Gosto de livros dessa natureza, e se
envolve dragões, melhor ainda. Gosto dos bichos e torço sempre que eles não
sejam os vilões da história (apesar que, convenhamos, fazem um vilão perfeito,
ainda mais se tiverem inteligência e podem falar hehehehe).
A explicação para uma lenda amazônica
foi a parte que mais gostei. Como é que ninguém nunca pensou nisso (não vou
falar, terão que ler)?
Para que os que gostam de dragões o
autor ainda deixa como parte do trabalho de Jhonatan Rose o seu legado, ou
portfólio, como queiram, no final do livro. Explicando: os dragões catalogados,
com suas características e desenhados por Eugênio Pavestrina, amigo de Jhony.
Ah, quase ia esquecendo, os dragões
eram treinados para atender a certas melodias, que o lanceiro tocava em
flautas, e no final, após os desenhos também há as melodias em partitura.
Parabéns ao autor.
Recomendo.
Antonio Henrique Fernandes
Resenhista
do Arca Literária em parceria com a editora Normas
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