quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A criatividade na infância

A criatividade na infância





As crianças de hoje, em sua maioria, não sabem o que é muitas vezes fabricar o próprio brinquedo. Não que isso seja uma coisa ruim. Pelo contrário.

Eu tive brinquedos comprados pelo meu pai, lembro de uma metralhadora, de dois ferroramas que eu e meus irmãos gostávamos demais, uma corrida de bicicletas à pilha, e dois veículos à pilha que funcionavam com comandos básicos de seguir em frente, para trás, lado direito e lado esquerdo.

Mas brincar de bolinha de gude, pião e pipa (ou papagaio, dependendo da região) era muito bom também, fora que havia maior interação entre as crianças.

Agora, na falta de brinquedos comum a todos os participantes da brincadeira, porque não criá-los?

Uma das minhas maiores frustrações da minha vida foi um brinquedo chamado Forte Apache, onde tinha um forte do exército americano baseado no velho oeste, todo feito de plástico, onde se montava e ainda tinham bonecos, soldados e índios, montados ou não em cavalos. O fato de um vizinho meu na época ter um foi a grande motivação para ter um igual (quem nunca?)

No entanto, se não podia tê-lo, por que não fazê-lo?

Foi o que fiz.

Eu tinha alguns bonequinhos, como eu chamava, e juntamente com meus colegas nós fabricávamos os fortes, simplesmente pegando vários pedaços de madeira e enfiando no chão, um ao lado do outro, fazendo um grande quadrado, depois colocávamos umas pranchas que seriam para colocar os bonecos e fazíamos umas casinhas dentro do forte. Depois era só brincar.

Na areia, fazíamos tuneis e buracos e também brincávamos com os bonecos...

A criatividade de uma criança nunca pode ser tolhida, por ninguém. E eu deixo isso livre para minha filha.

Carrinhos? Ora, pegue pedaços de pau, ferrinhos, uma sandália havaiana e uma lata de óleo de soja e pronto. Temos um carrinho ou até mesmo um caminhão.

Naquela época a lata era quadrada ou retangular e isso facilitava abrir e fazer a cabine do caminhão. Transpassava de um lado para o outro com um pedaço de ferro e colocava-se as rodas feitas pelas havaianas. Pronto... um caminhão. Só colocar a linha e puxar.

Se a ideia era brincar de bandido e mocinho e não tinha arma de fogo, ora, uma bela ripa de madeira virava um revólver ou até mesmo um rifle. Só precisava de um facão e moldar a arma que quisesse. Com cuidado claro, para não se machucar.

Muita coisa nesse sentido se perdeu com o tempo. Hoje temos brinquedos eletrônicos, e mal as crianças brincam do lado de fora da casa.

Acredito que essa criatividade na infância mostra muito que tipo de adulto será no futuro. Se seu filho tem essa criatividade, ajude-o a fazer o que quiser e brinque junto.



Antonio Henrique Fernandes

Capitão deste Navio Errante.

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