quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Guajará Mirim - Rondônia

Guajará Mirim - RO



Quando eu tinha uns quatro ou cinco anos de idade, nós morávamos no interior do Estado de Rondônia, na cidade fronteiriça de Guajará Mirim, de onde era só atravessar o Rio Guaporé para chegar à cidade de Guayara Merim – Bolívia, onde íamos, principalmente no dia da sua Independência, 06 de agosto. Recordo-me de uma ocasião, que foi antes da cirurgia da minha perna direita (história já contada no blog, nas crônicas Hospitais e Traumas), mesmo tão pequeno, onde visitamos a cidade boliviana na época da festa de independência. Era uma festa muito bonita e ainda deve ser, já que nunca mais eu voltei ali em dias festivos.


Meu pai trabalhava no Detran, e era o diretor que expedia as carteiras de habilitação na cidade, e além disse era perito da Polícia Civil, e junto com o gerente do banco e do prefeito, era também uma espécie de figurão. Vivíamos muito bem e nas festas de aniversário de qualquer um da casa, sempre tinha muita festa e bebida. Normalmente as festas ocorriam no quintal, que era enorme, e embaixo das árvores imensas havia duas mesas com aproximadamente 20 metros de comprimento.

E em um dos meus aniversários, não recordo se foi de três ou quatro anos, meu pai ganhou uma enorme tartaruga, a qual acabei me afeiçoando, tratando como se fosse um animal de estimação. No entanto, eu era pequeno e não sabia, mas a tartaruga era o prato principal da festa do meu aniversário. Posso até dizer que fiquei traumatizado ao ver o pobre bicho aberto e o povo comendo de sua carne. Talvez seja por isso que nunca comi sua carne exótica e nem tenho essa intenção. E só tive um animal de estimação (meu, não da família), que foi o Duque (história também contada no blog – Crônica Duque), porque ele me escolheu.

A partir desse evento com a tartaruga, das outras vezes as festas que tinham algum animal (carneiro, por exemplo) não deixavam mais em casa e já chegava abatido para a festa. Éramos só eu e meu irmão, e quando voltamos para a capital minha mãe esperava meu segundo irmão.


Só voltamos a Guajará Mirim, muitos anos depois e somente para visitar. É um local que divide as emoções, teve coisas boas, mas também teve coisas ruins que aconteceram na nossa família. E para manter a tradição, quando retornei da cidade descobri que tinha pego dengue.

Presente de grego!


Antonio Henrique Fernandes

Capitão deste Navio Errante.

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