quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

O Poder da Educação!

O poder da educação!




Quando eu e minha ex-esposa tivemos a nossa filha, Nívea, a maior preocupação que tínhamos era com a educação que iriamos dar. Eu queria algo diferente do que recebi dos meus pais, menos correção e mais amor, com muita conversa. E essa também era a ideia da mãe de Nívea.

Então, à medida que ela ia crescendo, íamos corrigindo e ensinando. Sim, de vez em quando tinha um tapinha na bunda ou na mão, mas nada comparado ao que eu tinha quando aprontava das minhas peraltices infantis (ou juvenis). O mais importante era que ao corrigir a nossa filha, conversávamos com ela, discutíamos o que ela tinha feito e que não era para fazer novamente, simplesmente porque era errado. E ela compreendia.

Ela sempre foi muito arredia e cheia de energia, o que acarretava algumas peraltices, e terminava no cantinho voltado para a parede.

Ensinamos a nossa pequena filha que falar palavrão era errado, xingar era errado e com alegria posso dizer que, hoje, aos 13 anos, ela não fala palavrão (ao menos na minha frente – porque ela sabe o que vai acontecer – sem games, sem TV ou internet). Também ensinamos que era preciso ter paciência para conseguir as coisas que ela queria. Isso incluía brinquedos.
Meu salário não era muito grande naquela época (melhorou um pouco agora) e então sempre falávamos que não era para ficar pedindo tudo o que via pela frente, eu só poderia comprar o que estivesse em minhas condições.

Lembro uma vez, em um shopping de Brasília, já separado de sua mãe, ela quis entrar em uma loja de brinquedos. Eu olhei para ela e candidamente me disse que não era para eu ficar preocupado, pois só iria olhar, não pediria nada. O que de fato aconteceu. Olhou todos os brinquedos, achou bonito, legal, mas não me pediu nenhum, só argumentou que quando eu tivesse condições iria comprar para ela. É claro que isso me encheu de orgulho. Quantas vezes nós vimos crianças fazendo birra em lojas para que os pais comprem o que elas querem.
Nivea nunca fez birra, nunca caiu no chão gritando que queria alguma coisa, nem ficava chorando.

E sim, ela teve brinquedos. Muitos. Inclusive Barbie. Mas, tudo na hora certa. Sem ela ficar pressionando.

Outra vez, na mesma época, em outro shopping, o Park Shopping, também em Brasília, nós tínhamos acabado de brincar no mini-golfe e descíamos as escadas quando ela desceu correndo. Quando eu cheguei ao final da escada não a vi. Fiquei preocupado, claro, mas sabia que era apenas uma brincadeira dela. Por fim, toda sorrindo, ela veio ao meu encontro, dizendo que tinha me enganado. Peguei a mãozinha dela, deu um leve tapinha e disse bem baixo para que nunca mais fizesse aquilo, que seria um perigo, se não fosse o pai, fosse outra pessoa que estivesse com ela, esta pessoa poderia ficar apavorada e chamar até os seguranças. E também disse que ao ficar sozinha, uma pessoa má poderia leva-la e nunca mais iria ver os pais.

Dito isso, Nivea chorou como se tivesse apanhado de cinto. Ela sabia que havia errado, tanto que quando fui ao banco tirar um extrato, sem que eu mandasse, ela mesma foi em direção a uma parede e se ajoelhou, de frente à mesma.

Isso mostra o quanto ela foi bem ensinada. Que sabia o que era certo e o errado. E sabia que tinha feito o errado. Claro que depois nós nos divertimos muito no shopping, mas ficou a lição.

Também fizemos questão sempre de ensinar à nossa filha que tivesse respeito pelos mais velhos, que dissesse obrigado quando recebesse alguma coisa e por favor quando quisesse algo. As famosas palavrinhas mágicas. Lembro de um episódio em que eu pedi a ela um corpo de água e ela ficou esperando. Quando perguntei porque não havia ido ainda pegar a água ela simplesmente me disse que estava aguardando as palavras mágicas. Filhos também ensinam a gente.

Enfim, os pais precisam ensinar os filhos para que esses sejam adultos responsáveis e que, por sua vez, ensinem aos seus filhos e assim teremos um mundo melhor no futuro. É em casa que têm as primeiras lições do certo e do errado, do respeito, da tolerância.

Pais, não esqueçam que filhos não é só fazer, mas cuidar e ensinar para o resto da vida. Mesmo adultos sempre vão precisar de nós.


Antonio Henrique Fernandes

Capitão deste Navio Errante.

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