A Serpente Marinha
Por Antonio Henrique Fernandes
Olsen gostava de navegar e essa paixão pelo mar foi
transferida para seu filho Steffensen, que o acompanhava algumas vezes. Sempre
que podiam saiam em viagens pequenas nas proximidades de seu país, navegando
pelo Mar do Norte ou pelo Mar Báltico, utilizando o seu veleiro.
Tradicionalmente, sua família era de pescadores e tinham uma
grande empresa de pesca., onde o produto normalmente eram o atum e o bacalhau.
Ficaram ricos trabalhando muito e duro.
Desta vez, com a chegada do verão e a chegada das férias, a
intenção era de passar mais tempo em águas salgadas mais mornas, abaixo do
Hemisfério Norte. Visitar climas mais tropicais.
Era uma ideia boa essa de Olsen, quando planejou essa viagem,
meses antes, e não só iria com seu filho Steffensen, levaria também a esposa
Iven e a outra filha, Nika. Todos gostavam de navegar, mas o filho mais velho
era quem tinha mais experiência, além do pai.
Assim, se prepararam, colocaram todo o mantimento que iriam
precisar, até a primeira parada, muito provavelmente em alguma cidade litorânea
de Portugal, além de preparar todo o equipamento a ser utilizado na viagem
dentro do veleiro.
Os primeiros dias foram muito agradáveis, e logo chegaram a
aguas mais mornas, céu azul e sol forte. Praticamente um cruzeiro. O objetivo
era atingir a alguma ilha no Caribe e passar dias de sol praia com águas
quentes, até porque onde moravam o clima mais quente era novidade. Mesmo no
verão, a Noruega não era um lugar muito quente.
Como programado, chegaram a uma das ilhas do Caribe e
aportaram e, sendo o local um resort, passaram alguns dias bastante alegres de
muito sol e praia quente e areias brancas.
A visão de uma tempestade se aproximando fez com a viagem de
volta da família fosse adiada em alguns dias a mais, afinal, não seria muito
prudente pegar essa tempestade em alto mar.
E realmente a tempestade foi muito grande, com ventos fortes
e ondas altas, um sonho para qualquer surfista, mas ainda assim perigosamente
fatal.
Quando a tempestade foi e levou sua fúria, Olsen e sua
família seguiram viagem de volta para a Noruega. Depois da tempestade pegaram
vários dias de muito sol e mar tranquilo. Fizeram a coisa certa ao esperar mais
um pouco, mesmo que tenha custado um pouco mais de suas reservas.
No meio do caminho passaram a algumas milhas náuticas de um
navio mercante e quando Olsen pegou o rádio para se comunicar e trocar
informações, muitas vezes preciosas, algo que viu deixou o rádio entre o
suporte e a sua boca.
Inicialmente pensou tratar-se de uma baleia, algo até mesmo
normal por aquelas águas, até que viu o dorso acima da água e a cabeça do bicho
acima, e definitivamente não era uma baleia. Era algo que só vira em livros de
fábulas e antigas histórias de pescador. E se alguém tinha visto antes, muito
provável que não tenha sobrevivido ao ataque.
Olsen e sua família se assustarem ao ver o tamanho da fera
que atacava o navio, parecia um dragão, mas Olsen sabia do que se tratava de
uma serpente marinha. Uma enorme, feroz e ao que parece, bem faminta serpente
marinha.
Mesmo distante, o barulho do navio sendo esmagado pela
serpente era horrível. Metal sendo retorcido. E tinham certeza de acima disso
ainda ouvirem dezenas de vozes gritando por socorro.
Ao mesmo tempo, ouviram também o pedido universal de socorro
vindo do rádio, mas nada podiam fazer. Nada poderia ajudar aquelas pobres
almas, a não ser um navio de guerra, no entanto não havia nenhum ali, apenas um
veleiro com quatro tripulantes.
Não demoraram muito para vissem o navio ser completamente
engolido pelas águas salgadas, todo enrodilhado pela serpente. Minutos depois
era como se o navio nunca tivesse existido.
Rezando para que a fera oceânica se abastasse com o navio,
Olsen seguiu viagem com a sua família, pois não tinha muito o que fazer.
fim
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