Resenha do Livro A
Garota no Trem, de Paula Hawkins
Rachel não tinha lá uma vida a que se invejar. Estava
separada e tinha um problema sério com bebida e tinha ganho bastante peso.
Morava com uma amiga, e todos os dias pegava o trem de Ashbury para Londres,
onde tinha um emprego.
Seu casamento não sobrevivera a um grave, mas controlado
problema e ela passou a tentar esquecer os seus problemas com a bebida. Foi aí
que seu marido, Tom, agora ex, pediu o divórcio. Mas duro mesmo foi saber que
ele a estava traindo, inclusive foi com a amante que ele veio a se casar
novamente. Para completar o quadro ruim, o novo casal continuou morando na
mesma casa do período Vitoriano onde Rachel morava com Tom.
E todos os dias ela passava em frente a essa casa, se
perguntando como o casal estava. Feliz? Com certeza, porque ela dera a Tom o
que Rachel não poderia, nunca.
E também todos os dias o trem parava em um sinal vermelho.
Até que ela passou a observar a casa de número 15, onde havia um casal muito
feliz e bonito, que ela apelidou de Jess e Janson. A partir desse dia, Rachel
passou a imaginar a vida toda de jess e Janson, como uma perfeição, em total
contraste com sua própria vida.
Os dias passavam, até que ela testemunha algo novo na casa, o
que a deixa chocada e depois de alguns dias fica sabendo de uma notícia que a
abalou mais ainda. Jess, que na realidade se chamava Megan, estava
desaparecida.
Sentindo-se impelida pelo que viu de dentro do trem, Rachel
procura a Polícia, e aí que as coisas tomam um rumo completamente diferente e
sua vida vira um inferno maior do que já estava.
A autora, intercala os personagens todos em primeira pessoa,
deixando o seu ponto de vista para o leitor. Nesse caso temos a história de
Rachel, de Anna, a atual de Tom, e de Megan (Jess).
O leitor pode até achar o livro um pouco chato no início,
porque tem muita coisa a explicar, dentro da vida complicada de Rachel, mas
depois que Megan (Jess) some, o ritmo do livro muda e aí somos tragados por
grandes reviravoltas que acontece até praticamente o fim do livro.
Um livro muito inteligente que apresenta uma personagem com
um problema social grave, que é a bebida e que em muitos momentos ela mesma tem
dúvidas de sua própria sanidade e de sua percepção, mas que ainda assim não
desiste de saber a verdade.
Para quem gosta de livros com um suspense inteligente,
recomendo.
Ah, e ainda tem o filme, que não vi ainda, mas pretendo ver
em breve.
Antonio Henrique
Fernandes
Resenhista em parceria.
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