Quando acordaram, ainda
um pouco confusos com o que tinha acontecido, perceberam que estavam com os
corpos bem alquebrados, afinal dormiram juntos no chão duro e o corpo denunciava o estresse da noite anterior. Mas estavam secos,
e suas roupas, apesar de ainda um pouco úmidas, já dava pra usar sem correr o
risco de pegar uma doença como pneumonia.
- Veja. As estalactites
ainda continuam iluminadas, refletindo algum tipo de luz. Sendo assim, ela vem
de algum lugar, e isso já nos dá otimismo para sair daqui. Disse Paulo.
- É verdade. O que
precisamos verificar é a direção que essa luz vem. Será que vem do sol? Mas
estamos bem abaixo, no subterrâneo.
Após se vestirem, Paulo
Sérgio e Helena deram uma boa olhada no local onde estavam. Era como uma gruta
enorme, com o teto cheio de estalactites e o chão com estalagmites. Era um
lugar um pouco úmido, em razão das estalagmites, que se formam a partir do chão e que vão em direção ao teto,
formadas pela deposição (precipitação) de carbonato de cálcio arrastado pela água que goteja de uma superfície superior.
O rio subterrâneo não apresentava outra margem, do outro lado simplesmente era
um paredão que continuava até o teto e particularmente nesse pedaço a largura
do rio era de aproximadamente dez metros. Uma boa distância.
O teto era alto, tinha
também mais de dez metros e o casal poderia andar tranquilamente. Apenas se
desviando das estalagmites. Como toda gruta ou caverna, a acústica era perfeita.
Por exemplo: se Paulo Sérgio falasse a Helena de uma distancia considerável,
ela ainda assim ouviria. Sem contar com o eco.
Após essas
verificações, ambos concordaram que estavam bem longe de onde caíram.
Se por um lado a margem
do rio subterrâneo acabava, do outro a situação era bem diferente. Havia uma
extensão que não dava para dimensionar. Em alguns pontos da gruta, que na
realidade era uma enorme caverna, fato constatado depois da inspeção por Paulo Sérgio
e Helena, as estalactites se encontravam com as estalagmites fazendo que se
tornassem uma espécie de coluna e verificaram que existiam várias dessas
colunas.
Ficaram com esperanças
de que andando por esse labirinto poderiam chegar a algum lugar, de preferência
para fora. Suas famílias com certeza estavam preocupadas e nunca iriam saber
onde estavam. Aliás, ninguém sabia onde eles estavam... Nem mesmo Paulo e
Helena.
- Paulo, se nós formos
andar por aqui, à procura de alguma saída, como vamos fazer para que não nos
percamos? Perguntou Helena, visivelmente preocupada.
- Bem, podemos deixar
algum pedaço de nossas roupas amarradas em algumas dessas colunas, assim quando
avistarmos esses pedaços de pano nós saberemos que já passamos por aquele local
e seguiremos por outro. O importante também é não perder a direção do rio. Em
último caso poderemos voltar a ele e seguir o seu caminho. Com certeza o rio
vai dar em algum lugar.
- Certo, então vamos
amarrar de acordo com que possa dar a direção do rio.
Assim foi feito e
começaram a sua própria busca pela saída, indicando com pedaços de suas roupas
amarrados nas colunas um caminho para não se perder.
Inicialmente ficaram
animados, no entanto, com o passar do tempo, verificaram que a caverna parecia
ser maior do que imaginaram e a caminhada poderia ser bem demorada.
Havia o perigo de ter
que passar outra noite na caverna. Mas o que mais preocupava ambos era a falta
de comida. Os estômagos já estavam reclamando por alimento.
E tirando os morcegos,
não havia o que comer ali dentro. Nenhum tipo de animal ou vegetal.
Quando já estavam bem
cansados, Paulo e Helena encontraram novamente um rio subterrâneo. Inicialmente
pensaram ser o mesmo rio, que poderia ter dado uma volta enorme e voltado para
aonde estavam, mas olhando bem ao redor viram que se tratava ou de outro rio ou
de um novo segmento daquele do qual saíram.
E foi nesse momento que
perceberam também a origem da luz. Vinha do rio, ou melhor, da direção para
onde o rio seguia. Ali a luz era bem forte. Isso foi a melhor notícia que
poderiam ter tido. Ao que parece estavam chegando ao final da viagem. Paulo
Sérgio e Helena ficaram muito contentes.
Pararam para descansar
e constataram que a água era potável. Ao menos de sede não morreriam.
- Você acha que estamos
perto da saída, Paulo? Perguntou Helena, esperançosa.
- Espero que sim,
aquela luz ao fundo pode indicar que estamos próximo da saída. E não posso
entender que uma luz venha simplesmente do nada.
Intimamente, porém,
Paulo Sérgio pensou que a luz poderia vir também de alguma brecha ou buraco,
transportando claridade de cima, da superfície. Mas guardou para si para não
dar falsas esperanças à Helena. E também preferia acreditar que era o final da
caminhada de ambos. Estavam extenuados por terem andado o dia inteiro.
Pelo relógio em seu
pulso, Paulo Sérgio constatou que estava anoitecendo já, por volta das
18h30min. E foi mais por esse motivo que ficou quieto. Se já não fosse tão
claro na superfície, como haveria de vir uma luz como aquela, que parecia bem
forte?
Por mais que tentasse
não conseguia imaginar qual a origem da luz.
Após descansarem mais
alguns minutos, Paulo e Helena continuaram a sua busca pela saída, agora
margeando o outro ponto do rio subterrâneo e em direção da luz.
Após algum tempo,
perceberam que havia uma pequena curva no caminho, o rio virando para a sua
direita, e perceberam também que o caminho ficava mais largo. E mais iluminado.
Quando fizeram a curva,
ambos tiveram uma enorme surpresa. O que eles acabaram de ver nunca seria
imaginado nas suas vidas.
Continua.
Favoritei o blog pra vir ler a história do primeiro ao capítulo atual. Gostei do espaço, adoro blogs literários criativos. Estou retribuindo sua visita ao meu blog e adorei esse Navio errante, já estou seguindo pelo GFC. \o
ResponderExcluirBeijos
Viviane Razão e Resenhas
OI Viviane, que bom que veio e gostou, fiquei muito feliz. só procurar os outros capítulos que nao se perderá na história.
Excluirbjs.
Oie... Tudo certinho?
ResponderExcluirAntonio... Pera que nem li os 2 primeiros caps. O.O Não li esse assim que vi que era uma continuação, não vou prometer ler de imediato, mas deixarei anotado aqui. =D
Bjus
Juh
Oi Ju,
Excluirtudo certinho, pra seguir todos os capítulos é só clicar em CONTOS DE NAVEGANTES... tem todos os capítulos. assim acompanha e não perde nenhum.
bjs
Antonio,
ResponderExcluirGostei do andamento da estória e continue, tá ficando legal. Se prepara para postar no wattpad :) vai ganhar vários leitores!!
Abraço
Adriano
GeraçãoLeitura.com || http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/
Adriano, Valeu,
Excluirque bom que está gostando, e o Fuga para as Estrelas já foi publicado no wattpad, com grande aceitação...:)
Nossa Antônio!!!
ResponderExcluirTem que fazer capítulos maiores, deixou aquele gostinho de quero mais!
Sua escrita é muito envolvente.
Aguardando as cenas dos próximos capítulos!
Beijos
Michelle, terá capitulo maior... principalmente o especial. acompanhe.
Excluirbjs
Ai Antonio, porque essa judiação? dashiudhuashuidhashd
ResponderExcluirEu morro de curiosidade e agora sei o que o pessoal que acompanhava meus textos sofria :/
Beijos e aguardo a continuação.
Pamela... é pra deixar com um gostinho de quero mais mesmo hehehehehe.
Excluirbjs
A i Jesusssssssssssssss
ResponderExcluirO que eles viram???? Os fins sempre me deixam curiosa! Amei mais essa parte! To adorando acompanhar a aventura desses dois!
Beijos
Oi Paulinha,
Excluirnem adivinha o que é? hehehehe. olha o título do conto.
já deu a pista né.
bjs