Nas Estrelas
Paulo Sérgio e Helena ainda não acreditavam que estavam no
interior de uma nave espacial, e, mais inacreditável ainda: estavam viajando
pelas estrelas.
A nave espacial estava em um ritmo forte agora... Depois que
passaram por Plutão aparentemente ela ganhou mais velocidade, foi quando o robô
falou algumas palavras em português, explicando que dentro em breve iriam
entrar em um buraco de verme ou minhoca (wormhole em inglês) que seria um
atalho para chegarem ao seu destino. Segundo ele o destino estava na Galáxia de
Andrômeda, que fica localizada a cerca de 2,54 milhões de anos-luz de distância
da Terra, na direção da Constelação de Andrômeda, sendo a galáxia de forma
espiral mais próxima da Via Láctea, de onde ainda nem tinham saído.
Como a nave não apresentava o fenômeno da gravidade zero,
podia o casal andar tranquilamente pela nave e isso deixava tanto Paulo Sérgio
quanto Helena perplexos. Pelas amplas janelas protegidas por uma espécie de
campo de força, fato explicado pelo robô.
- A força gravitacional da nave exerce influência direta
sobre a carenagem da nave, protegendo-a do vácuo do espaço. Age de dentro para
fora. E por essa razão vocês podem andar tranquilamente como se estivessem em
seu planeta. E podem olhar para fora e contemplar o Espaço Sideral em seu
esplendor.
Realmente, olhar para aquelas estrelas e tantas galáxias
distantes era como se tivessem tomado uma droga forte e agora estivessem
alucinando. Era surreal. Passavam por planetas e sóis sem ser atraídos pela
força gravitacional destes. E como havia estrelas.
Aproveitando que o robô estava falante, Paulo Sérgio começou
a fazer algumas perguntas. Enquanto isso Helena estava pregada em uma janela
grande e observando o espaço lá fora, completamente maravilhada e hipnotizada.
- Seu robô, ou sei lá o seu nome, se é que tem nome...
- Orbius. Este é o nome que me deram quando me construíram.
- Muito bem, primeiro, quem construiu você? Perguntou Paulo
Sérgio.
- Fui construído há exatos 2500 anos terrestres. Meu mestre
foi um cientista do planeta Vorgant, seu nome era Dráxius. Fui construído para
ser um robô piloto e agir na falta de um piloto humanóide do planeta Vorgant.
- Humanóide? Isso significa que os habitantes desse planeta
Vorgant são parecidos com a gente?
- Correto. No entanto, há diferenças em algumas partes. As
orelhas são muito pequenas e quase não há nariz. E isso é uniforme. Todos são
assim. Cabelos compridos em cor escura e a pele muito clara. Apenas os senhores
da nobreza tem o cabelo dourado. Respondeu o robô Orbius.
- Uau! E por que vieram ao nosso planeta? Continuou
perguntando Paulo Sérgio.
- 2435 anos atrás, no tempo de seu planeta, aconteceu uma
epidemia em Vorgant e temerosos de uma tragédia que poderia alcançar todo o
planeta, os soberanos de Vorgant enviaram uma missão de reconhecimento para
encontrar planetas adequados à nossa vivência. Ou seja, que tivesse o mesmo ar
respirável e condições de habitação.
“Desta forma foi montada esta tripulação que foi formada por
soldados e cientistas no sentido de encontrar esse planeta habitável. Depois de
muitos anos chegou-se ao Planeta Terra. Mantinham-se ainda contatos com
Vorgant, que estavam esperançosos. Verificou-se que o ar era respirável e era
completamente habitável”.
“Foi quando a nave foi colocada dentro daquela cratera para
esconder dos nativos do planeta. Depois do procedimento de pouso ter sido
realizado, alguns cientistas e soldados desceram e foram fazer um
reconhecimento de campo”.
- E o que aconteceu depois?
- Ainda em volta do planeta foi feito um escaneamento e
constatou-se que ele já era habitado. No entanto naquele tempo, mais de mil
anos em seu tempo, apenas alguns lugares eram densamente povoados. Então escolhemos
um lugar, que chamam de América. Havia nativos, mas eram poucos.
- E quantos tripulantes estavam na nave? Perguntou Paulo Sérgio,
muito curioso.
- Cerca de 50 indivíduos. Todos altamente preparados para
qualquer situação. Menos para com o ser humano. E com o clima hostil deste
planeta. Em Vorgant o clima é sempre agradável, considerando-se evidente a
distancia para o Sol local e sendo o mesmo uma estrela Azul Gigante. Vorgant é
o décimo planeta em distância. E o único que há condições habitáveis para os
nossos cidadãos. Há planetas habitados, mas com clima e ar totalmente
diferentes de Vorgant.
“O planeta Terra está muito próximo de sua estrela e apesar
de ter um clima sem ser hostil, é considerando praticamente acima do tolerado,
considerando a pele clara dos tripulantes. E por esse motivo, antes de sair
algum tripulante foi feito um estudo e tal fato só aconteceu depois de algum
tempo. Quando se estava mais habituado e o clima já havia melhorado. Desta
forma se acompanhou a evolução do planeta. E para a surpresa de muitos o
planeta realmente evoluiu. Ficou melhor. Conseqüentemente também aumentou a sua
população”.
“Era preciso então tomar uma decisão e esta foi tomada pelo
capitão da nave. Rugant era o nome dele. Com outras naves pequenas formaram-se
vários grupos e assim os tripulantes se misturaram ao povo local em diversas
partes de seu jovem mundo. Ficando aqui apenas uma força tarefa e eu”.
- E o que aconteceu depois.
- Com a tecnologia que tínhamos nos infiltramos na população
local e muitos dos naturais de Vorgant foram considerados deuses,
principalmente depois que foram utilizadas técnicas e equipamentos de Vorgant.
Segundo o Capitão Rugant isso consistia em um plano perfeito. Seriam
infiltrados no povo e ganhariam sua confiança e assim, depois que tudo
estivesse perfeito o planeta natal seria notificado e assim poderiam fazer uma
transição para este planeta se assim fosse o caso.
- Caramba! Vocês queriam colonizar o planeta Terra?
- Essa era a intenção e o plano do Capitão Rugant. Mas
aconteceu algo.
- O que? Perguntou o cada vez mais curioso Paulo Sérgio... E
nesse momento Helena que estava escutando se aproximou e sentou-se. Também
estava curiosa e queria ouvir a história de Orbius.
- Os tripulantes gostaram do poder. Em lugares como o Egito
eles eram vistos como deuses. E assim foi em todos os demais lugares. Não
queriam voltar para Vorgant e nem trazer os demais. Se isso acontecesse eles
perderiam o seu poder. E aqui eram reis. Para que iriam trazer os soberanos de
Vorgant, se neste planeta ELES é que eram os soberanos. A idéia inicial era
eles se misturarem e trocar informações, inclusive passando nossa tecnologia.
Serviria para preparar os nativos da chegada do povo de Vorgant, como falei. Se
tal fato viesse a acontecer.
- Meu Deus. Isso explica muita coisa. Muitas marcas nos
hieróglifos egípcios tinham coisas que não existia ou não deveria existir
naquela época. Gritou Helena, lembrando-se das aulas de História que teve.
- É verdade. Completou Paulo Sérgio. - E eu vi um filme
antigo, chamado Eram os Deuses
Astronautas. Nossa, os Maias, Astecas, Incas, Egípcios, os Magos do Oriente.
Realmente explica praticamente tudo. Estavam em todo o planeta.
- Assim era o plano inicial. Confirmou Orbius.
- E o que aconteceu depois. Perguntou uma cada vez mais
interessada Helena.
- O Capitão Rugant, que havia permanecido na nave, vendo que
não tinha mais contato com o restante da tripulação, pegou a última das naves
pequenas e partiu com o restante de sua tripulação e me deixou aqui. Com a
estrita ordem de partir somente quando chegasse alguém. Se algo desse errado. A
partida seria imediatamente. Desde então o Capitão e seus homens nunca mais
apareceram. Eu tenho uma versão menor e mais ágil, como puderam ver, e o deixei
solto fora da nave para ficar de vigia. Enquanto esperava fiquei em meu quarto,
hibernando, guardando energias. Com certeza passaram-se muitos anos até que ele
conseguiu visualizar algum humanóide em seu campo visual. E assim que viu veio
para a nave.
- então quando ele nos viu fez com que o seguíssemos e
entrássemos na nave. Pensou que éramos da tripulação perdida.
- Exatamente. E assim que entraram deu-se início a última
ordem do Capitão rugant. A nave ligou e se preparou para partir. E agora
estamos em viagem interespacial com destino a Vorgant.
- E não tem como voltar? Perguntou visivelmente apreensivo
Paulo Sérgio.
- Não há como reverter a programação. Somente o Capitão
conseguiria. Afinal foi ele que programou o computador central. Ou em Vorgant.
- Nossa. Então teremos que chegar a Vorgant e esperar
programar a nave para nos deixar de volta na Terra.
- Exatamente. Respondeu com sua voz metálica Orbius.
Paulo Sérgio e Helena se levantaram, foram até uma das janelas
e olharam novamente para o espaço sideral à sua volta.
Instantes depois foram chamados novamente por Orbius a se
sentarem, pois ele abriria o Buraco de Verme ou minhoca e logo estariam em
Vorgant.
Minutos depois eles viram um clarão se abrir e a nave adquirir
uma velocidade irreal. Dali em diante, quando saíssem do buraco estariam
chegando ao planeta onde o andróide fora criado. Isso sim era uma aventura e
tanto.
O que aconteceria em seguida? Ninguém sabia. Só restava
esperar e deixar o destino decidir.
Antonio Henrique Fernandes
Autor
Olá Antônio
ResponderExcluirEu li recentemente O Guia do Mochileiro das galáxias estou nessa vibe de ficção científica. Curti demais, arrasou na história.
Abraços
estantejovem.blogspot.com.br
Olá Paulo Henrique,
Excluirvaleu.. continue acompanhando.
um abraço.
Curti, me lembrou distopia :DD
ResponderExcluirhttp://contodeumlivro.blogspot.com.br/
Que bom Brubs... continue acompanhando... tem mais contos.
Excluirbjs
Oi Antonio, tudo bem?
ResponderExcluirQue ideia bem criativa, você ligou sua história à existência dos maias, astecas, que eram civilizações realmente muito avançadas. Adoro ler sobre eles!!!!
Estava lendo sua história e fiquei pensando: você utilizou esses personagens que nem eram humanos e levantou algo muito característico da raça humana: a vaidade!!!!! Disputa por poder!!!
Gostei muito.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Oi Cila
Excluirentao, cresci lendo essas histórias de maias, incas, esse filme que citei eu assisti mesmo. e a vaidade sempre vai estar presente na história da humanidade.
bjs
Quando criatividade Antonio :D
ResponderExcluirAmei o texto!
Bjs
Jéssica Rodrigues
http://lilianejessica.blogspot.com.br/
Oi Jéssica,
Excluirobrigado. criatividade eu tenho e tento passar para o texto e fico feliz que tenha gostado.
bjs