sábado, 27 de setembro de 2014

Capítulo Especial Fuga das Estrelas

Nas Estrelas

Paulo Sérgio e Helena ainda não acreditavam que estavam no interior de uma nave espacial, e, mais inacreditável ainda: estavam viajando pelas estrelas.
A nave espacial estava em um ritmo forte agora... Depois que passaram por Plutão aparentemente ela ganhou mais velocidade, foi quando o robô falou algumas palavras em português, explicando que dentro em breve iriam entrar em um buraco de verme ou minhoca (wormhole em inglês) que seria um atalho para chegarem ao seu destino. Segundo ele o destino estava na Galáxia de Andrômeda, que fica localizada a cerca de 2,54 milhões de anos-luz de distância da Terra, na direção da Constelação de Andrômeda, sendo a galáxia de forma espiral mais próxima da Via Láctea, de onde ainda nem tinham saído.
Como a nave não apresentava o fenômeno da gravidade zero, podia o casal andar tranquilamente pela nave e isso deixava tanto Paulo Sérgio quanto Helena perplexos. Pelas amplas janelas protegidas por uma espécie de campo de força, fato explicado pelo robô.
- A força gravitacional da nave exerce influência direta sobre a carenagem da nave, protegendo-a do vácuo do espaço. Age de dentro para fora. E por essa razão vocês podem andar tranquilamente como se estivessem em seu planeta. E podem olhar para fora e contemplar o Espaço Sideral em seu esplendor.
Realmente, olhar para aquelas estrelas e tantas galáxias distantes era como se tivessem tomado uma droga forte e agora estivessem alucinando. Era surreal. Passavam por planetas e sóis sem ser atraídos pela força gravitacional destes. E como havia estrelas.
Aproveitando que o robô estava falante, Paulo Sérgio começou a fazer algumas perguntas. Enquanto isso Helena estava pregada em uma janela grande e observando o espaço lá fora, completamente maravilhada e hipnotizada.
- Seu robô, ou sei lá o seu nome, se é que tem nome...
- Orbius. Este é o nome que me deram quando me construíram.
- Muito bem, primeiro, quem construiu você? Perguntou Paulo Sérgio.
- Fui construído há exatos 2500 anos terrestres. Meu mestre foi um cientista do planeta Vorgant, seu nome era Dráxius. Fui construído para ser um robô piloto e agir na falta de um piloto humanóide do planeta Vorgant.
- Humanóide? Isso significa que os habitantes desse planeta Vorgant são parecidos com a gente?
- Correto. No entanto, há diferenças em algumas partes. As orelhas são muito pequenas e quase não há nariz. E isso é uniforme. Todos são assim. Cabelos compridos em cor escura e a pele muito clara. Apenas os senhores da nobreza tem o cabelo dourado. Respondeu o robô Orbius.
- Uau! E por que vieram ao nosso planeta? Continuou perguntando Paulo Sérgio.
- 2435 anos atrás, no tempo de seu planeta, aconteceu uma epidemia em Vorgant e temerosos de uma tragédia que poderia alcançar todo o planeta, os soberanos de Vorgant enviaram uma missão de reconhecimento para encontrar planetas adequados à nossa vivência. Ou seja, que tivesse o mesmo ar respirável e condições de habitação.
“Desta forma foi montada esta tripulação que foi formada por soldados e cientistas no sentido de encontrar esse planeta habitável. Depois de muitos anos chegou-se ao Planeta Terra. Mantinham-se ainda contatos com Vorgant, que estavam esperançosos. Verificou-se que o ar era respirável e era completamente habitável”.
“Foi quando a nave foi colocada dentro daquela cratera para esconder dos nativos do planeta. Depois do procedimento de pouso ter sido realizado, alguns cientistas e soldados desceram e foram fazer um reconhecimento de campo”.
- E o que aconteceu depois?
- Ainda em volta do planeta foi feito um escaneamento e constatou-se que ele já era habitado. No entanto naquele tempo, mais de mil anos em seu tempo, apenas alguns lugares eram densamente povoados. Então escolhemos um lugar, que chamam de América. Havia nativos, mas eram poucos.
- E quantos tripulantes estavam na nave? Perguntou Paulo Sérgio, muito curioso.
- Cerca de 50 indivíduos. Todos altamente preparados para qualquer situação. Menos para com o ser humano. E com o clima hostil deste planeta. Em Vorgant o clima é sempre agradável, considerando-se evidente a distancia para o Sol local e sendo o mesmo uma estrela Azul Gigante. Vorgant é o décimo planeta em distância. E o único que há condições habitáveis para os nossos cidadãos. Há planetas habitados, mas com clima e ar totalmente diferentes de Vorgant.
“O planeta Terra está muito próximo de sua estrela e apesar de ter um clima sem ser hostil, é considerando praticamente acima do tolerado, considerando a pele clara dos tripulantes. E por esse motivo, antes de sair algum tripulante foi feito um estudo e tal fato só aconteceu depois de algum tempo. Quando se estava mais habituado e o clima já havia melhorado. Desta forma se acompanhou a evolução do planeta. E para a surpresa de muitos o planeta realmente evoluiu. Ficou melhor. Conseqüentemente também aumentou a sua população”.
“Era preciso então tomar uma decisão e esta foi tomada pelo capitão da nave. Rugant era o nome dele. Com outras naves pequenas formaram-se vários grupos e assim os tripulantes se misturaram ao povo local em diversas partes de seu jovem mundo. Ficando aqui apenas uma força tarefa e eu”.
- E o que aconteceu depois.
- Com a tecnologia que tínhamos nos infiltramos na população local e muitos dos naturais de Vorgant foram considerados deuses, principalmente depois que foram utilizadas técnicas e equipamentos de Vorgant. Segundo o Capitão Rugant isso consistia em um plano perfeito. Seriam infiltrados no povo e ganhariam sua confiança e assim, depois que tudo estivesse perfeito o planeta natal seria notificado e assim poderiam fazer uma transição para este planeta se assim fosse o caso.
- Caramba! Vocês queriam colonizar o planeta Terra?
- Essa era a intenção e o plano do Capitão Rugant. Mas aconteceu algo.
- O que? Perguntou o cada vez mais curioso Paulo Sérgio... E nesse momento Helena que estava escutando se aproximou e sentou-se. Também estava curiosa e queria ouvir a história de Orbius.
- Os tripulantes gostaram do poder. Em lugares como o Egito eles eram vistos como deuses. E assim foi em todos os demais lugares. Não queriam voltar para Vorgant e nem trazer os demais. Se isso acontecesse eles perderiam o seu poder. E aqui eram reis. Para que iriam trazer os soberanos de Vorgant, se neste planeta ELES é que eram os soberanos. A idéia inicial era eles se misturarem e trocar informações, inclusive passando nossa tecnologia. Serviria para preparar os nativos da chegada do povo de Vorgant, como falei. Se tal fato viesse a acontecer.
- Meu Deus. Isso explica muita coisa. Muitas marcas nos hieróglifos egípcios tinham coisas que não existia ou não deveria existir naquela época. Gritou Helena, lembrando-se das aulas de História que teve.
- É verdade. Completou Paulo Sérgio. - E eu vi um filme antigo, chamado Eram os Deuses Astronautas. Nossa, os Maias, Astecas, Incas, Egípcios, os Magos do Oriente. Realmente explica praticamente tudo. Estavam em todo o planeta.
- Assim era o plano inicial. Confirmou Orbius.
- E o que aconteceu depois. Perguntou uma cada vez mais interessada Helena.
- O Capitão Rugant, que havia permanecido na nave, vendo que não tinha mais contato com o restante da tripulação, pegou a última das naves pequenas e partiu com o restante de sua tripulação e me deixou aqui. Com a estrita ordem de partir somente quando chegasse alguém. Se algo desse errado. A partida seria imediatamente. Desde então o Capitão e seus homens nunca mais apareceram. Eu tenho uma versão menor e mais ágil, como puderam ver, e o deixei solto fora da nave para ficar de vigia. Enquanto esperava fiquei em meu quarto, hibernando, guardando energias. Com certeza passaram-se muitos anos até que ele conseguiu visualizar algum humanóide em seu campo visual. E assim que viu veio para a nave.
- então quando ele nos viu fez com que o seguíssemos e entrássemos na nave. Pensou que éramos da tripulação perdida.
- Exatamente. E assim que entraram deu-se início a última ordem do Capitão rugant. A nave ligou e se preparou para partir. E agora estamos em viagem interespacial com destino a Vorgant.
- E não tem como voltar? Perguntou visivelmente apreensivo Paulo Sérgio.
- Não há como reverter a programação. Somente o Capitão conseguiria. Afinal foi ele que programou o computador central. Ou em Vorgant.
- Nossa. Então teremos que chegar a Vorgant e esperar programar a nave para nos deixar de volta na Terra.
- Exatamente. Respondeu com sua voz metálica Orbius.
Paulo Sérgio e Helena se levantaram, foram até uma das janelas e olharam novamente para o espaço sideral à sua volta.
Instantes depois foram chamados novamente por Orbius a se sentarem, pois ele abriria o Buraco de Verme ou minhoca e logo estariam em Vorgant.
Minutos depois eles viram um clarão se abrir e a nave adquirir uma velocidade irreal. Dali em diante, quando saíssem do buraco estariam chegando ao planeta onde o andróide fora criado. Isso sim era uma aventura e tanto.

O que aconteceria em seguida? Ninguém sabia. Só restava esperar e deixar o destino decidir.

Antonio Henrique Fernandes
Autor

8 comentários:

  1. Olá Antônio

    Eu li recentemente O Guia do Mochileiro das galáxias estou nessa vibe de ficção científica. Curti demais, arrasou na história.
    Abraços

    estantejovem.blogspot.com.br

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    1. Olá Paulo Henrique,
      valeu.. continue acompanhando.
      um abraço.

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  2. Curti, me lembrou distopia :DD
    http://contodeumlivro.blogspot.com.br/

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    1. Que bom Brubs... continue acompanhando... tem mais contos.
      bjs

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  3. Oi Antonio, tudo bem?
    Que ideia bem criativa, você ligou sua história à existência dos maias, astecas, que eram civilizações realmente muito avançadas. Adoro ler sobre eles!!!!
    Estava lendo sua história e fiquei pensando: você utilizou esses personagens que nem eram humanos e levantou algo muito característico da raça humana: a vaidade!!!!! Disputa por poder!!!
    Gostei muito.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila
      entao, cresci lendo essas histórias de maias, incas, esse filme que citei eu assisti mesmo. e a vaidade sempre vai estar presente na história da humanidade.
      bjs

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  4. Quando criatividade Antonio :D
    Amei o texto!

    Bjs
    Jéssica Rodrigues
    http://lilianejessica.blogspot.com.br/

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    1. Oi Jéssica,
      obrigado. criatividade eu tenho e tento passar para o texto e fico feliz que tenha gostado.
      bjs

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