domingo, 9 de novembro de 2014

Um Mundo em Guerra - final

Olá meus Caros navegantes, mais um conto chega ao seu fim, fico imensamente agradecido àqueles que acompanharam e gostaram da estória. E que venha o próximo. 
abraços,

Antonio Henrique Fernandes Neto
Autor e Capitão deste Navio Errante.



7º Capítulo

Não tardou e Rollan e seu enorme exército pararam nas vizinhanças da Casa do Tordo, lar de Saperas e Silliê. Muitas máquinas de guerra estavam posicionadas ao redor do reino e Rollan mandou um emissário pedindo a rendição incondicional de Saperas.

- Diga a seu mestre e príncipe que não aceitarei tal medida. Não sou covarde e nada foi feito para que esse mal seja cometido. Disse Saperas ao Emissário, que se curvou perante o príncipe, diante de sua honradez e seguiu para levar a sua mensagem ao seu príncipe.

Rollan já sabia dessa resposta, afinal conhecia Saperas desde que eram dois moleques que mal conseguiam segurar uma espada.

Sabia que ele nunca se renderia. Do mesmo jeito que Rollan, ele tinha sua honra como príncipe herdeiro da Casa do Tordo. E sabia também que ele não fugiria. Não era um covarde.

Ao final daquele dia, Rollan e seus generais se reuniram para discutir qual seria a melhor maneira de atacar o reino.

Como todo general e militar, seus conselheiros pregavam a paz, mas intimamente queriam a guerra e esse foi o conselho que deram a Rollan: cercasse o reino e fizesse o ataque simultaneamente. A ordem seria dada via rádio. Primeiro o ataque aéreo com as naves de apoio. Depois as máquinas terrestres e por fim o ataque de chão com a artilharia e infantaria... Esses últimos seriam liderados pelo próprio Rollan que montaria o seu cavalo branco.

Tudo acertado. O ataque iniciaria às 05 horas da manhã, nos primeiro raios de sol, assim pegaria os soldados dormindo e muito provavelmente não ofereceriam resistência. E quanto mais rápido conseguissem sucesso no ataque, mais rápido Rollan teria o que pretendia. E com o mínimo de danos... Se possível.

Mas Saperas não era bobo. É claro que e seus generais haviam previsto isso. E junto com os cientistas esperaram.

Ao amanhecer do dia os soldados de Rollan aguardavam apenas as ordens que veio logo aos primeiros raios da estrela vermelha que iluminava aquele planeta cheio de vida e que nunca em toda a sua rica História havia isto uma guerra.

Primeiro partiram as naves, que cobriram todo o reino e com seus alvos pré-estabelecidos para ter o mínimo de danos e vítimas. Atacaram...

Nada aconteceu. Simplesmente as bombas não caiam no chão. Explodiam no céu. Sem saber o que fazer eles retornaram e narraram o acontecido ao seu general que reportou ao príncipe Rollan. Imediatamente ordenou o ataque por terra. As máquinas haveriam de alcançar o seu objetivo.

Quando as máquinas de guerra alcançaram certa distância também dispararam os seus projéteis. Assim como as naves, esses projéteis nada fizeram. Explodiram bem antes de atingir o seu alvo. E quando se moveram para entrar na cidade foram barrados por alguma coisa que não sabiam o que era. Simplesmente as máquinas não se moviam para frente. Não conseguiam entrar na cidade.

Além do que, de repente todas as máquinas pararam de funcionar. Nem as naves conseguiram se movimentar novamente para voar.

Rollan desconfiou de alguma coisa que Saperas tivesse inventado. Foi até a entrada da cidade e confirmou in loco que nada ultrapassava aquela Linha. Havia um escudo invisível que impedia qualquer um de entrar.

Foi quando percebeu que no meio da cidade havia algo diferente. Algo que não havia visto antes e que só agora percebera: uma torre muito alta.

- Filho da mãe. Vociferou Rollan, dando um riso torto.

Naquele momento, a poucos metros dali Rollan percebeu Saperas. Ele veio pessoalmente falar com seu amigo.

Rollan desceu de seu cavalo branco e foi até onde estava Saperas.

- Olá meu amigo. Disse sorrindo Saperas. Vejo que está em seu melhor dia.

- Não seria exatamente o meu melhor dia. Afinal, até agora só você ganhou. Meu exército ainda não conseguiu nem adentrar na cidade.

- E não irá... Até você desistir dessa ideia maluca de dominação. Além do escudo invisível, deve ter percebido que suas máquinas não funcionam, não é mesmo? Lançamos um pulso eletromagnético e inutilizamos todo o seu equipamento.

- Entendo. Você foi muito esperto Saperas.

Silliê que estava próxima de ambos chegou mais perto, para ser vista por Rollan.

- Ora, ora, o casal está junto. E começou a bater palmas, ironicamente.

- Rollan, eu vim pedir que acabe com isso. Não há necessidade de guerra, de destruição.

- E o que tem a oferecer a mim? Nada. Por que motivo eu pararia? Disse olhando para o casal à sua frente.

- Você vai parar, porque é o certo e porque não conseguiria nada aqui meu amigo. E queremos que volte a ser um membro da família.

- Há. Essa é boa. Riu de forma sarcástica para Saperas e Silliê.

- Queremos que seja o padrinho de nosso filho.

Desta vez Rollan foi pego completamente de surpresa. Ficou sem ação e só então percebeu que a barriga de Silliê estava mais saliente que o normal.

Em completo choque, se apoio em seu cavalo branco e começou a chorar.

Percebeu então que havia cometido um erro terrível. Começara uma guerra por vaidade, pura e simples. Foi por puro egoísmo que queria Silliê. Ao vê-la ali, frágil e com uma gravidez já avançada percebeu que nunca a teria e se forçasse a mesma a ficar com ele estaria cometendo um dos mais perigosos pecados que existiam.

Vendo que não haveria mais perigo, Saperas ordenou que o campo invisível de força fosse desligado. Confiava em seu amigo. Sabia que ele não o atacaria.

Foi até ele e o abraçou. Eram novamente amigos, irmãos e agora novamente uma família. Que estava aumentando.

Silliê se aproximou e Rollan a abraçou, pedindo perdão.

- Posso? Indicou com a mão a barriga de Silliê.

- Claro que pode.  Respondeu sorrindo.

Fazendo um movimento, Rollan passou a mão pela barriga de Silliê.

- Padrinho? Sério mesmo. Vocês ainda querem que eu seja o padrinho do menino?

- Sim, queremos, mas quem disse que será um menino? Respondeu Silliê, candidamente.

- Mas é claro que será um menino, para eu ensinar tudo o que eu sei, ora. Um padrinho precisa de um garoto para transformar em um homem.

Agora aquele homem era o Rollan que ambos conheciam e amavam. Adoravelmente petulante.

Rollan ordenou que seus generais voltassem ao seu reino e que estava tudo bem... Não haveria mais guerra.

Intimamente todos suspiraram de alívio com aquela ordem.

E assim tudo voltou ao normal. Houve uma tremenda festa para comemorar o armistício.

Alguns meses depois o bebê nasceu, e para a imensa satisfação de Rollan, era realmente um menino.

Nenhuma vaidade ou guerra pode ser maior que o amor; a amizade verdadeira sempre vai prevalecer. E assim permaneceram por todos os anos de suas vidas e de seus descendentes.

Um povo feliz com governantes felizes.


FIM

10 comentários:

  1. Tu escreve muito bem e a cada texto teu eu fico maravilhada com a forme que você escreve, parabéns!

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    1. Obrigado Alessandra, vc é muito gentil. e espero que tenha gostado do texto.
      bjs

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  2. Antonio adorei o conto e não vejo dos novos contos, parabéns pela escrita direta e envolvente aos leitores. abraços

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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    1. Joyce,
      Obrigado, para acompanhar outros contos e este, de forma completa, só clicar em CONTOS DE NAVEGANTES.
      bjs

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  3. Oi, Antonio!
    Não acompanhei toda a história, mas gostei desse capítulo! (rs) Quando li "espada" e depois "naves", "ataque aéreo", "pulso eletromagnético"… achei genial! Eu imaginei um cenário de gênero steampunk! (rs)

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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    1. Oi Francine,
      que bom que gostou hehehe. para acompanhar tudo só clicar em CONTOS DE NAVEGANTES e terá à sua disposição dois contos completos.
      bjs

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  4. Como não li os demais capítulos, fiquei um pouco perdida neste final, rs. Mas já deu para perceber que você tem um bom jeito com as palavras, visto as demais postagens que também já comentei aqui. Desejo sucesso ao seu próximo conto!

    Beijos.

    www.daimaginacaoaescrita.com

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    1. Oi Sammysam,
      Obrigado pelo elogio. para acompanhar todo o conto é só clicar em CONTOS DE NAVEGANTES e terá todos os capítulos deste e de outro conto, também completo.
      bjs

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  5. Li alguns capitulos saltados, mas pelo pouco que li, está excelente :D
    Parabens

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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    1. Obrigado David, acompanhe a série clicando em CONTOS DE NAVEGANTES.
      um abraço.

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