Esta é a primeira parte do conto de natal O SOLDADO DO FOGO, sendo que a segunda parte será postada no dia de Natal. Espero que apreciem.
O SOLDADO DO FOGO
Por Antonio Henrique Fernandes
Havia fogo por todos os lados,
as paredes estavam flamejantes como se a pintura toda fosse de fogo,
tremeluzindo nas cores amarela, laranja e vermelha: um trio mortal. As janelas
estavam abertas, no entanto o ar não entrava, pelo contrário, o fogo estava tão
ardente que consumia todo o ar no cômodo.
O telhado ainda não havia sido
atingido pelas labaredas, mas isso aconteceria a qualquer momento e Fernando
sabia que não tinha muito tempo.
Minutos atrás foi separado de
seus companheiros, uma parede caiu e os separou, o muro de fogo não deixava ele
voltar e nem os outros bombeiros atravessarem, teriam que arrumar um outro modo
de chegar até ele.
- Tenho que me virar, até o
capitão achar uma outra rota para cá. – murmurou para si mesmo.
Não tinha jeito, Fernando tinha
que continuar. Naquele momento ele era a única chance da menina que ficou no
quarto, e a mãe dela estava do lado de fora do prédio aos prantos querendo sua
filha de volta. E Fernando faria tudo o que estivesse a seu alcance para
conseguir tal intento.
Olhou para seu equipamento e
viu se estava tudo em ordem. Aparentemente o acidente não tinha quebrado nada.
O cilindro de oxigênio estava intacto, foi projetado para aguentar altas
temperaturas e pancadas de qualquer impacto, a máscara estava inteira e
conseguia respirar normalmente. Não perdera a machadinha e isso também era
muito importante, pois precisaria dela para arrebentar uma portar, janela ou
até mesmo uma parede.
Quando
tinha cinco anos Fernando ganhou de seu pai um presente que mudaria para sempre
sua vida. Um carro de bombeiro, de plástico, todo vermelho e cuja mangueira, se
depositando água, funcionava de verdade. Aquilo fascinou o pequeno garoto que
toda vez que a água esguichava da mangueirinha do carro deixava os olhinhos
dele brilhando. Marcou tanto que quando tinha 10 anos resolveu ser bombeiro
militar. Os pais não deram muita importância, afinal, qual a criança que não
quer ser bombeiro, piloto ou policial quando crescer? Tem umas crianças que querem até ser
astronautas.
Ouviu um grito. A menina estava
viva. Ótima notícia. Como se estivesse em outra quadra, Fernando ouvia a menina
pedindo socorro. Entretanto, devido a fumaça que era o maior perigo depois do
fogo propriamente dito, ele teria que ser rápido, muito rápido.
Foi em direção à voz da menina.
Evitando um pedaço do teto que acabara de cair, desviou para um corredor e
chegou ao final deste, o fogo ainda não tomara totalmente o corredor e por isso
a menina estava viva. Mas havia um problema grave. Aquele parecia o corredor
que dava para o final do apartamento... As paredes eram mais sólidas, porque
dali só para fora do prédio. O prédio em si não era muito alto. Tinha quatro
andares, mas uma queda de aproximadamente 20 metros não era aconselhável. E
eles nem estavam no ultimo andar.
Foi quando Fernando se lembrou
de que seu seus companheiros poderiam subir ao telhado e alcançar a janela, se
ela estivesse em um quarto. Haveria uma saída.
Chegou ao cômodo e viu que a
porta estava trancada. A garota com certeza fechou para se proteger.
- Alooooooo!! – gritou para a
menina responder. – Menina, destranque a porta para eu entrar.
Repetiu umas três ou quatro
vezes, mas só ouvia os gritos da pobre menina. Teria que usar a machadinha que
segurava. Não perderia tempo. Começou a trabalhar com a sua ferramenta.
Fernando
completou o treinamento como sendo um dos primeiros da turma. Tinha passado em
todos os exaustivos testes e sempre com louvor. Seu físico ajudava, tinha
treinado anos para esses testes de admissão. Sua vontade de ser bombeiro era
maior que qualquer coisa, seja cansaço físico ou dificuldades no tipo do de
exercício. E queria deixar seus pais orgulhosos.
Era
um dos melhores mergulhadores e conseguia escalar qualquer obstáculo com muita
destreza. E para usar a machadinha o fazia com extrema perícia.
Com a machadinha em punho
conseguiu derrubar a porta em instantes, a situação era urgente e não podia ser
diferente. Sutilezas não faziam parte de sua profissão. A perícia sim. Quando
conseguiu entrar no quarto inicialmente não encontrou a menina. Será que fora
apenas uma ilusão? Resolveu gritar novamente.
- OI. MENINA, VOCÊ ESTÁ AQUI?
SOU SUA AJUDA. – e aguardou.
Logo ouviu uma vozinha
feminina. A menina estava escondida dentro de um armário embutido.
- Oi, qual o seu nome? –
perguntou Fernando.
- O-oi, meu nome é Fernanda. –
respondeu assustada e tossindo um pouco.
Até aquele instante o fogo
ainda não tinha chegado, mas a fumaça sim.
- Mas olha só que coincidência,
meu nome é Fernando. Temos nomes iguais. Eu vou tirar você daqui, está bem? Eu
prometo.
A menina só acenou com a
cabeça. E Fernando pegou a sua máscara e entregou para a menina colocar e
respirar um pouco de oxigênio. Se ela inalasse mais fumaça isso seria um
problema muito grande, pois os pulmões dela eram pequenos e poderia ser
afetados gravemente.
Ele se levantou e foi verificar
o quarto. A janela estava fechada. Não trancada, mas lacrada. Os pais
provavelmente tinham medo de a criança cair de algum jeito pela janela e assim
chumbaram o vidro na parede e ele era de muita qualidade, não cederia
facilmente. Fernando precisaria de muita força e naquele momento ele tinha
gasto um bocado dela para chegar até ali.
continua...
Adorandooo :) cadê o restante?
ResponderExcluirsó ver a sequencia postada no blog... pagina inicial ou em contos.
ExcluirMuito bom o seu texto, Antônio! Eu queria ter essa coragem de postar as coisas que escrevo, mas por enquanto fica guardado só pra mim mesmo... hehe
ResponderExcluirPS: tá rolando um sorteio do livro A Garota que Eu Quero, lá no blog! Pra participar é bem simples: basta ser seguidor! Corre lá!
http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/2014/11/promocao-ano-novo-livro-novo.html
Obrigado Michelly,
Excluirum dia vc terá essa coragem... eu tb não tinha, mas perdi o medo e encaro hoje com naturalidade, gostando ou não do meu texto. e vou lá na pagina do blog.. hehehe.
bjs
Como assiiiiiim?
ResponderExcluirComo é que acaba o post na melhor parte? :O
Agora cá estou pensando no que aconteceu e sofrendo hahahah
Você escreve muito bem, parabéns!
Beijos
Alessandra, obrigado,
Excluira segunda parte foi postada no dia seguinte e está disponível.
bjs
Oiee ^^
ResponderExcluirGente, que maldade acabar na melhor parte! Fiquei super curiosa para saber o que acontece agora *-*
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi Drih,
Excluiruai, só ler a segunda parte que já está disponível no blog. hehehehe
bjs
Olá!
ResponderExcluirFiquei agoniada para saber o final, ainda bem que fui procurar a continuação e fiquei contente por já tê-la postado.
Excelente conto! E melhor ainda é a lição de fé e esperança que ele transmite.
Parabéns!
Beijos
Li
literalizandosonhos.blogspot.com.br
Oi Li,
ExcluirObrigado, que bom que gostou, e essa foi a intenção, mostrar a fé e a esperança que todos temos.
bjs
Oie, tudo bom?
ResponderExcluirNossa, que final foi esse? Já estou louca querendo ler a continuação do conto.
Tenho muito medo de fogo, mas sua narrativa me prendeu do início ao fim.
Beijos!
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Oi Aline, a continuação já está disponível para ler no blog. e fico feliz que tenha gostado.
Excluirbjs
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirQue bacana esse conto, fiquei super curiosa para saber o que vai acontecer, foi muita maldade terminar o conto na melhor parte, mas assim deixa os leitores com aquele curiosidade boa, né? Acho que foi a sua intenção mesmo kkkk Enfim, gostei muito mesmo, parabéns oo/
Beijos :*
Larissa - http://srtabookaholic.blogspot.com.br
oi Larissa,
Excluirque bom que gostou, obrigado, a segunda parte já está disponível no blog para leitura. bom divertimento.
bjs
Olá... tudo bem???
ResponderExcluirLi o conto bem apreensiva com os acontecimentos... vejo que quando a pessoa tem um dom ele aflora com fluidez quando se quer chegar em algum lugar principalmente para fazer o bem.... Deus cuida e abençoa.... adorei tudo que li até agora... Xero!!
Oi diana,
Excluirobrigado e fico feliz que tenha gostado.
bjs
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirSuper legal o seu texto, você escreve super bem. E o final deu muita curiosidade mesmo. Estou me perguntando como eles vão sair de lá
beijos
http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/
Oi Bruna,
Excluirobrigado, a segunda parte está disponivel no blog.
bjs
Olá, como vai?
ResponderExcluirGostei bastante da primeira parte do seu texto e irei procurar para saber o final. Você escreve super bem, meus parabéns. Foi bastante fluída e me deixou ansiosa para o final rs.
Beijos e sucesso.
http://chuvaelivros.blogspot.com/
oi Irisvanda,
Excluirobrigado, contente por ter gostado e a continuação está disponível no blog.
bjs
Olá, tudo bom?
ResponderExcluirBacana vc divulgar as coisas que escreve assim no blog :)
Gabriel - http://umpapoentrepaginas.blogspot.com.br/
Olá Gabriel,
Excluirpois é, o meu blog tem um dos objetivos justamente divulgar os meus trabalhos.
um abraço
Olá!
ResponderExcluirEu adorei a primeira parte, Antonio! Estou intrigada com a coincidência dos nomes (Fernando/Fernanda)... O que será que você aprontou com isso, haha? Eu adoro histórias de resgate... Sempre me emocionam, mesmo quando fictícias.
Beijos!
http://www.myqueenside.blogspot.com
Oi Fran,
Excluircoisa boa que vc gostou, e foi a primeira a olhar para esse detalhe dos nomes...mas foi para dar uma cumplicidade maior para os personagens.
bjs
Maldade terminar na melhor parte =P . Parabéns pelo texto e obrigada por dividi-lo conosco. Histórias de resgates sempre mexem comigo e me deixam angustiada. Deve ser muito tenso você estar rodeado de fogo =S Deus me livre.
ResponderExcluirbeijos
Kel
www.porumaboaleitura.com.br